O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, queixou-se da ausência de alguns governadores nos eventos do Palácio do Planalto e disse que a sua gestão não considerará a posição política dos gestores estaduais para atender pedidos.
As declarações ocorreram nesta sexta-feira, 26, em solenidade em Brasília em que ministros anunciaram medidas da nova etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Ora, não é porque o governador do Pará é oposição, porque o de São Paulo é oposição, que eu vou deixar de atender os projetos”, afirmou.
Em discurso, Lula fez agradecimentos àqueles que compareceram ao evento e mencionou os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), do Ceará, Elmano de Freitas (PT), da Paraíba, João Azevêdo (PSB), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Piauí, Rafael Fonteles (PT), do Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), e do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).
“Eu sei que não é fácil vocês saírem dos estados para virem aqui toda vez que a gente chama, mas a gente só chama porque é importante a gente trazer o Brasil de volta à civilidade”, declarou Lula.
Na sequência, o petista defendeu a formação de parcerias entre os entes federados para a realização de obras, independentemente de discordâncias políticas.
“Nós queremos dizer: o governo federal, em parceria com o governo do Estado, em parceria com os municípios, estão fazendo tal coisa, por respeito ao povo e para que o povo também aprenda a respeitar os entes federados”, continuou. “Porque, senão, o País desanda, o mau humor toma conta da sociedade.”
Em seguida, Lula citou a ausência de “alguns” governadores e fez uma referência implícita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Alguns não têm comparecido, possivelmente, ainda pela imagem negativista de um presidente da República que só viajava para o Estado que ele gostava, para atender amigos, e não dava importância para aqueles que pensassem diferente dele”, afirmou.
Na cerimônia, o governo anunciou a nova etapa do PAC com investimentos de R$ 41,7 bilhões. Os recursos não sairão integralmente do Orçamento da União. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, foram selecionadas 872 propostas de obras em 707 municípios.