A empresa norte-americana Colossal Biosciences divulgou nesta semana que conseguiu recriar o lobo-terrível, uma espécie extinta há mais de 10.000 anos. Leia mais sobre o lobo-terrível em TVT News
De acordo com a startup, seus cientistas reverteram a extinção replicando o DNA de fósseis do lobo-terrível em genes do lobo cinzento, a espécie mais próxima viva. Ou seja, o material genético extraído de um dente de 13 mil anos e de um crânio de 72 mil anos da espécie foi utilizado como referência para a modificação do DNA do lobo cinzento, sem realmente incorporar genes do lobo-terrível.
A experiência deu origem a três filhotes, que receberam os nomes de Romulus, Remus e Khaleesi, nascidos há alguns meses. As 20 alterações em 14 genes do lobo cinzento conferiram aos lobinhos um tamanho maior, cabeça e ombros mais largos, dentes e mandíbulas maiores, pernas mais musculosas e uivos característicos da espécie extinta.
A diretora da Colossal Biosciences, Beth Shapiro, garante que a pesquisa revela que os lobos-terríveis cruzaram com os ancestrais dos lobos cinzentos há mais de 2 milhões de anos, compartilhando até 99,5% de seu DNA. Contudo, a empresa ainda não publicou nenhum artigo sobre a pesquisa desenvolvida.
Em seu site, a empresa informa que “pela primeira vez na história da humanidade, a Colossal restaurou uma espécie outrora erradicada por meio da ciência da desextinção”. A afirmação foi recebida com ceticismo por cientistas e pesquisadores, que destacam que o resultado da tentativa de “desextinção” não passa de um lobo cinzento com características do lobo-terrível.
O geneticista e diretor do Laboratório de Paleogenética de Otago, na Nova Zelândia, Nic Rawlence, explica que para “desextinguir” uma espécie, é necessário cloná-la. O problema é que o DNA de um animal extinto não está bem preservado. “Mesmo se sequenciarmos o genoma, não conseguiremos extrair DNA de animais extintos em fragmentos suficientes como faríamos como um animal vivo”, comenta o diretor para a El Science Media Centre España.
Lobo-terrível: clonagem de animais extintos
Além da dificuldade em clonar animais extintos, outro ponto levantado pelos pesquisadores é que o lobo-terrível pode nem mesmo ser parente dos lobos, mas sim de uma linhagem norte-americana de cães que divergiu de seus ancestrais há mais de 5 milhões de anos. O dado é de uma análise publicada pela revista Nature, em 2021.
Os especialistas também questionam o objetivo do estudo e qual destino se dará para os filhotes, que estão sendo criados em um local não informado dos Estados Unidos, já que o hábitat e os animais nos quais a espécie estava acostumada a se alimentar, não existem mais. Seria essa espécie híbrida capaz de se desenvolver?
Para Philip Seddon, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Otago, a pesquisa demonstra avanços na tecnologia genética, mas que poderia ser aplicada para a conservação de espécies existentes.
Em seu texto para a El Science Media Centre España, Seddon reitera: “temos lobos geneticamente modificados e talvez um dia tenhamos elefantes asiáticos geneticamente modificados, mas, por enquanto, a extinção é realmente para sempre”.
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