O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, revelou nesta sexta-feira, 4, que o partido está “dividido” sobre a anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro, durante evento organizado pelo diretório estadual da sigla no Rio.
“O PSD está dividido, o que é normal. Cada um tem suas posições, e eu estou ainda na fase de ouvir. Na hora certa, estarei alinhado com o líder do partido, dentro do que for decidido”, afirmou.
Kassab, no entanto, disse que “fica difícil” para os parlamentares do partido se oporem ao pedido de urgência do PL da anistia, caso outras siglas formalizarem apoio.
“A partir do momento em que PL, PP e Republicanos formalizarem apoio ao regime de urgência, fica difícil para o PSD ficar contra. Mas isso [pedido de urgência] não significa voto no mérito do projeto”, acrescentou.
A bancada do PSD é composta por 44 deputados.
Pressão de Bolsonaro
No mês passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que conta com o apoio da bancada do PSD na Câmara dos Deputados para aprovar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
“Ele [Kassab] está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, disse em ato na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Segundo Bolsonaro, o alinhamento ocorreu após uma conversa com Kassab, atual secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo.
Paes é contra
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse ser contrário ao projeto de anistia e defendeu o julgamento “com seriedade, imparcialidade e tranquilidade“.
“Não acho que tem que ter anistia. Acho que a Justiça tem que julgar com seriedade, imparcialidade e tranquilidade. A bancada do Rio não assinará projeto nenhum de anistia. Vamos respeitar as decisões da Justiça“, afirmou durante evento ao lado de Kassab.