Por 18 meses seguidos, o planeta tem, mensalmente, quebrado o recorde de mais quente da história da humanidade. O mês de janeiro de 2025 assume o topo do ranking ao atingir a marca de 1,75°C acima do século 19 — antes da revolução industrial e os humanos começarem a aquecer o planeta. As informações são do observatório Copernicus, da União Europeia.
Os especialistas esperavam que o mês de janeiro fosse diferente dos 17 anteriores por causa do La Niña, que começou no início do ano de 2025. O fenômeno é responsável pelo resfriamento igual ou superior de 0,5ºC das águas do Oceano Pacífico entre as faixas Equatorial Central e Centro-Leste.
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Como a expectativa não se efetivou, o índice alerta para o superaquecimento do planeta que pode se tornar irreversível. As dinâmicas das estações de tempo e ciclos de plantações estão sendo alterados, o que afeta a sobrevivência da humanidade.
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Antes de janeiro, 2024 foi o ano mais quente
O ano de 2024 se tornou o mais quente da história da humanidade segundo dados da Copernicus, programa de monitoramento da União Europeia.
Todos os 12 meses do ano passado foram recordes sucessivos de meses mais quentes da história, assim como janeiro de 2025.
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De acordo com o relatório, 2024 registrou um aumento de 1,6ºC em comparação com os anos pré-industriais. É a primeira vez na história da humanidade que o índice ultrapassa a marca de 1,5ºC definido pelo Acordo de Paris como parâmetro para conter as mudanças climáticas.
O Acordo de Paris entende 1,5ºC como limite perante um aumento médio em 20 anos. Por isso, ainda não significa que tenhamos infringido o Acordo, já que a marca de 2024 é de um ano isolado. Porém representa uma luz vermelha de atenção: se continuarmos nesse ritmo, o planeta irá continuar superaquecendo de modo irreversível.