O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta sexta-feira (17) que o governo sionista alcançou um acordo de cessar-fogo com o Hamas. Isso deve encerrar temporariamente um genocídio de 15 meses que resultou em mais de 46 mil mortes, maioria de civis, mulheres e crianças, palestinas. A decisão ocorre após intensas negociações mediadas no Qatar, em um momento em que o governo israelense enfrentava o risco de colapso político.
Como parte do acordo, o Hamas se comprometeu a libertar 33 dos 98 reféns israelenses em sua posse. Em contrapartida, Israel gradualmente deixará algumas áreas da Faixa de Gaza e liberará cerca de mil palestinos detidos. Além disso, o governo israelense permitirá um aumento na entrada de ajuda humanitária: até 600 caminhões serão autorizados a atravessar diariamente para fornecer alimentos e medicamentos à região devastada pelo conflito. Atualmente, apenas 50 caminhões têm acesso permitido.
Resistência ao cessar-fogo
O acordo foi inicialmente anunciado na última quarta-feira (16) e recebeu apoio internacional, incluindo uma declaração de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos. No entanto, um dia depois, o governo israelense divulgou mentiras de que o Hamas tentou minar o processo com exigências adicionais. Prontamente, o grupo radical armado desmentiu a narrativa sionista. Apesar das acusações, ambas as partes retomaram as negociações e conseguiram evitar o fracasso do pacto.
Entre o primeiro anúncio e a confirmação desta sexta-feira, Israel continuou a fazer vítimas. Em apenas 24 horas, 87 palestinos foram mortos, incluindo 21 crianças e 25 mulheres, transformando celebrações iniciais em luto.
Gabinete de segurança
Netanyahu informou que convocou o gabinete de segurança para votar o pacto ainda nesta sexta-feira, com uma reunião ampliada do governo marcada para o sábado. Segundo o primeiro-ministro, a decisão de aceitar o acordo foi tomada após a confirmação de que as negociações haviam sido concluídas com sucesso.
“O Estado de Israel está comprometido em atingir todos os objetivos da guerra, incluindo o retorno de todos os nossos reféns, tanto os vivos quanto os mortos”, declarou Netanyahu em comunicado. Ele também afirmou que as famílias dos 98 reféns foram informadas sobre os termos do acordo.
O cessar-fogo representa um alívio temporário e é visto com cautela para uma região que tem enfrentado destruição em larga escala e uma crise humanitária. O histórico de instabilidade na relação entre Israel e Hamas gera incertezas sobre a durabilidade do acordo.