Nesta quinta-feira (19), data em que Paulo Freire completaria 103 anos, o Instituto Cultiva lança a publicação Os 7 mitos sobre Paulo Freire, com o objetivo de desmistificar falsas narrativas que se espalharam sobre o educador brasileiro ao longo dos anos.
Em formato digital, o conteúdo surge no contexto de diversas polêmicas quanto aos rumos do sistema educacional no país, ora na temática do Plano Nacional de Educação ora nas propostas para a militarização das escolas. Seja qual for o debate, existe um argumento indiscutível sobre o seu legado: Paulo Freire é reconhecido mundialmente como um dos maiores pensadores da pedagogia contemporânea.
No entanto, esse defensor da educação como um ato de liberdade e transformação ainda é alvo de críticas infundadas, que distorcem seus ensinamentos e ofuscam seu método de aprendizagem centrado na consciência crítica dos indivíduos. Por essa razão, Os 7 mitos sobre Paulo Freire busca desconstruir as inverdades disseminadas sobre sua obra e sua trajetória, por meio de uma análise fundamentada sobre sua importância para a educação.
“Paulo Freire é um desses autores que são muito citados, porém, sem grande profundidade. Algo que acontece com James Joyce e sua obra Ulisses: muitos citam, mas poucos leram”, define o cientista político Rudá Ricci, ex-aluno do educador e hoje presidente do Instituto Cultiva.
Ele explica que o educador era um crítico da chamada “educação bancária”, em que o professor atua como mero transmissor de conhecimento, e o aluno é visto como um receptor passivo, sem voz ou autonomia. “Freire demonstrou que o aprender só é verdadeiro quando compreendemos o significado do que é ensinado, pois, sem isso, a educação se reduz a uma memorização mecânica.”
O fato de as teorias de Paulo Freire irem além das salas de aula despertou a ira de pessoas que veem a educação como mero instrumento de transmissão de conhecimento técnico, desvinculada de questões sociais e políticas. Daí a importância da publicação do Instituto Cultiva, abordando sete interpretações equivocadas sobre o educador e suas teorias. São elas:
Mito 1: Paulo Freire não educa, mas doutrina
Na realidade, Freire sempre defendeu que o aluno tivesse condições de pensar por si próprio e questionar a realidade.
Mito 2: O Brasil adotou o método freireano
Sua metodologia nunca foi aplicada em âmbito nacional, mas apenas em escolas específicas.
Mito 3: Seu método foi responsável pelo aumento do analfabetismo
Os problemas educacionais no Brasil vêm de outras fatores, como a desigualdade social e a falta de investimentos em educação.
Mito 4: Paulo Freire nunca lecionou
Freire foi professor de português em Recife e ocupou diversas funções na educação, desde o SESI até universidades como Harvard e a Unicamp.
Mito 5: O método de Paulo Freire é um fracasso
O método de Paulo Freire é referência na Finlândia, que frequentemente lidera rankings internacionais de educação.
Mito 6: Com Paulo Freire o professor perdeu autoridade
Freire nunca defendeu uma educação sem autoridade, desde que o professor a exercesse de forma democrática.
Mito 7: Quem segue Paulo Freire é comunista
Freire não só se distanciava da doutrina leninista, como também criticava os revolucionários que não dialogavam com a base social.
Para saber mais e obter detalhes sobre os mitos acerca do educador, baixe a cartilha Os 7 mitos sobre Paulo Freire no site do Instituto Cultiva.
O Instituto CultivaO Instituto Cultiva é uma Organização da Sociedade Civil ()da área da Educação, que valoriza o exercício da democracia e participação social, na linha freireana. Para a ONG, a verdadeira transformação social só é possível quando há um compromisso real com a construção de espaços de diálogo. Por isso, seus projetos são concebidos para empoderar comunidades, capacitar profissionais da educação e fomentar o desenvolvimento de políticas públicas que priorizem o bem-estar coletivo.
Com Assessoria de Imprensa