O Instagram passou a limitar diversas publicações de Pablo Marçal (PRTB) que envolvem o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Os posts foram alvo de ações judiciais e, apesar de o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) não ter se manifestado contra o ex-coach, a rede social passou a não permitir que usuários brasileiros acessem os links publicados pelo candidato.
Ao visitar os links, o Instagram avisa: “Esta página não está disponível”. A rede também fornece mais detalhes. “Recebemos uma denúncia para restringir esse conteúdo. Nós a analisamos em relação às nossas políticas e realizamos uma avaliação jurídica e de direitos humanos. Após a análise, restringimos o acesso ao conteúdo na localidade em que viola a lei local”, diz a mensagem.
A coluna identificou pelo menos dois vídeos de Marçal que só podem ser assistidos por usuários fora do Brasil. Um deles é um recorte da fala do ex-coach durante um debate, quando ele volta a falar sobre a denúncia de agressão movida contra Ricardo Nunes pela primeira-dama. O prefeito nega ter praticado qualquer ato contra a companheira, com quem está até hoje. A publicação ainda chama o emedebista de “bananinha”.
Outro vídeo mostra Marçal durante entrevista a um podcast. “O cara está pegando dinheiro das creches das crianças e eu vou ficar de boa? Vote no 28 que eu vou prender o Ricardo Nunes”, disse o ex-coach. Ele cita o caso da “máfia das creches”, um suposto esquema de corrupção que já indiciou mais de 111 pessoas em São Paulo.
Em agosto, a defesa do prefeito da capital pediu à Justiça o arquivamento da investigação da Polícia Federal (PF). A defesa do candidato argumentou que “bastou se aproximar o período eleitoral, com início da campanha, para, inusitadamente, a imprensa ser comunicada do expediente, propiciando o seu desavergonhado uso eleitoreiro”.
Antes de Marçal, Justiça negou reclamação de Nunes sobre “máfia das creches”O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo já rejeitou um pedido de resposta de Ricardo Nunes sobre o assunto. Foi na penúltima semana de setembro, quando Guilherme Boulos (PSOL) citou a “máfia das creches” no programa eleitoral do rádio.
Ricardo Nunes acionou a Justiça Eleitoral e apontou que Boulos veiculou “informação inverídica” que atinge sua “pessoa e candidatura”. O prefeito argumentou que não há investigação aberta contra ele e pediu 1 minuto para resposta durante o tempo de propaganda eleitoral do adversário.
A juíza auxiliar de propaganda do TRE-SP, Claudia Barrichello, entendeu que “é certo que não existe inverdade na propaganda impugnada”. Na sua decisão, a magistrada diz “que se noticiou informações captadas na mídia sobre investigações” envolvendo suposto desvio de dinheiro público destinado às creches”.