A produtora Zion Produções Ltda., responsável por organizar o comício de Guilherme Boulos (PSOL) do último dia 24 de agosto em que o Hino Nacional foi cantado em linguagem neutra, recebeu mais R$ 270 mil da campanha do candidato psolista à Prefeitura de São Paulo. Ao todo, os repasses para a empresa já somam R$ 720 mil.
O repasse de R$ 270 mil feito pela campanha de Boulos foi realizado no dia 21 de agosto, três dias antes do comício no Campo Limpo, na Zona Sul da capital paulista, no qual ocorreu o episódio. De acordo com dados presentes no DivulgaCand, sistema em que são registrados os gastos de cada candidato, o pagamento serviu para “produção de comício e dois eventos de campanha”.
Outro repasse para a Zion que já havia sido divulgado anteriormente, de R$ 450 mil, feito no dia 23 de agosto, teria sido referente a “serviços de produção, planejamento, direção e acompanhamento de eventos”.
SOBRE O CASOO polêmico comício de Boulos aconteceu no dia 24 de agosto deste ano, quando a cantora Yurungai entoou o Hino Nacional em linguagem neutra ao substituir as palavras “filho” e “filhos” por “filhe” e “filhes” ao cantar “verás que filhe teu não foge à luta” em vez de “verás que um filho teu não foge à luta”, e ao cantar “des filhes deste solo” no lugar de “dos filhos deste solo”.
A variação do Hino Nacional, é claro, gerou muita discussão nas redes sociais. O deputado federal Zucco (PL-RS), por exemplo, escreveu: “Hino Nacional em linguagem neutra??? des filhes desse sole. No que estão transformando o país? Bando de retardados”. Quem também comentou a modificação na letra do símbolo nacional foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
– Hino Nacional Brasileiro desafinado e cantado em linguagem neutra em um comício com Boulos e Lula. A intenção era tirar sarro? – indagou Nikolas.
Vale ressaltar que o parágrafo 5° do art. 25 da Lei 5.700/1971 estabelece que “em qualquer hipótese, o Hino Nacional deverá ser executado integralmente e todos os presentes devem tomar atitude de respeito”. Além disso, o art. 35 da mesma lei esclarece ainda que qualquer violação da norma “é considerada contravenção, sujeito o infrator à pena de multa”.
Após a repercussão, Boulos culpou a Zion, responsável pelo evento, pelo episódio envolvendo o símbolo nacional. Na ocasião, a campanha do psolista disse que ele não sabia da modificação na letra do Hino e afirmou que a responsabilidade por toda a programação do comício era da produtora. O deputado federal disse ainda que não usaria mais os serviços da empresa em sua campanha.