Participaram na manhã desta quinta-feira (20/6) da Comissão de Legislação Participativa, na Câmara dos Deputados, representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinafese) e da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) — que encabeçam a greve nacional da educação.
“É impossível fazer uma avaliação dos rumos da greve que esteja dissociada da postura do governo federal. O governo federal não agiu apenas de forma desrespeitosa, de forma deselegante, desdenhosa com o movimento docente e de técnicos administrativos em educação. Agiu enquanto artífice dos interesses do capital da sua forma mais direta e que tem práticas anti democráticas com o movimento sindical, anti sindicais em essência”, iniciou Gustavo Seferian Machado, presidente do Andes.
“Não importa aqui dizer que a origem é sindical e que sab muito bem como isso se faz, são 40 anos longe do chão de fábrica”, acrescentou o sindicalista, referindo-se ao presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva.
Ivanilda Reis, da Fasubra, também criticou o executivo. “Fizemos esforço de eleger o governo Lula porque acreditávamos que sairíamos dessas mesas (de negociação) valorizados e isso não aconteceu”, iniciou.
“A greve forte é um resultado dessa desvalorização. Os técnicos administrativos entenderam que era preciso fazer uma forte pressão ao governo para que a gente não continuasse sendo o pior salário do Executivo e uma carreira desvalorizada. Por isso, estamos em greve e reivindicamos que esse governo que faz propaganda na televisão, diz na mídia da importância da educação, valorize quem faz a educação dia a dia dentro da universidade. É importante ter divulgação porque viemos de um governo que realmente nos atacava enquanto trabalhadores da educação. Mas, isso não paga a nossas contas”, acrescentou a técnica federal.
Na ocasião, representou o Ministério da Educação (MEC) o coordenador-geral de relações institucionais da pasta, Fernando Antônio dos Santos. “Viemos de dois governos, do presidente Temer e Bolsonaro que não concederam reajuste aos servidores. E nós não estamos tratando de congelamento de salários, estamos tratando da reestruturação regulatória em etapas. Fizemos um aumento, no ano passado, de 9% e estamos colocando dentro da legislação orçamentária os valores para os aumentos de 25% e 26%”, explicou.
Negociações
A última proposta do governo federal para os grevistas, feita em reunião no último dia 14, foi a de revogação da Portaria nº 983/2020, que aumentou a carga horária mínima semanal de trabalho dos servidores públicos, caso a greve acabe. Em termos salariais, o reajuste para este ano continuou zerado e há previsão de acréscimo de 4% para 2025.