O governo brasileiro está em busca de novas alternativas para ampliar a oferta de internet via satélite no país, mercado hoje dominado pela Starlink – uma das empresas do bilionário Elon Musk. Após fechar um acordo com a chinesa SpaceSail, agora o Brasil negocia com a canadense Telesat.
Na quarta-feira (19), o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, desembarca no Canadá para uma série de agendas voltadas ao setor de telecomunicações. Entre os compromissos, está uma visita à sede da Telesat, em Ottawa, onde ele se reunirá com o CEO da companhia, Daniel Goldberg, e acompanhará o desenvolvimento da constelação de satélites de órbita baixa, denominada Telesat Lightspeed.
A Telesat, que há 55 anos opera satélites geoestacionários, iniciou em 2023 os testes para sua nova constelação de satélites de baixa órbita, prevendo o lançamento de 198 unidades em até dois anos. O projeto tem um investimento assegurado de US$ 3,8 bilhões. O Brasil planeja utilizar esses serviços para conectar escolas e unidades de saúde em regiões remotas.
As negociações ocorrem em um contexto no qual o próprio governo canadense pressiona a Telesat para acelerar o lançamento de seus satélites. A movimentação faz parte de uma estratégia do Canadá para reduzir a dependência da Starlink, especialmente por conta do alinhamento de Elon Musk com o governo de Donald Trump. No mês passado, a província canadense de Ontário encerrou todos os contratos com a Starlink.