Deputada vai assumir a articulação política do governo no lugar de Alexandre Padilha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou hoje que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), e presidenta nacional da legenda, vai comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. Gleisi assume o lugar do também deputado Alexandre Padilha (PT-SP), indicado para comandar o Ministério da Saúde.
Em nota, o Palácio do Planalto informou que Lula se reuniu com Gleisi nesta sexta-feira (28), e a convidou para assumir a SRI. Cita que ela vai substituir Padilha e que a posse da nova ministra está marcada para 10 de março.
Na SRI, Gleisi vai comandar o coração da articulação política do governo. Isso porque a pasta, que tem status de ministério, é responsável pela articulação do Planalto com o Congresso Nacional. Nesse sentido, ela também ficará responsável pelo calendário de liberação das emendas impositivas dos parlamentares.
Apesar de ser apontada como firme e, até mesmo, um pouco ríspida, Gleisi tem feitos políticos notáveis na bagagem, o que a credencia para o cargo de principal articuladora política do governo.
Mais recentemente, como presidenta do PT, foi uma das principais responsáveis pela montagem da coligação de nove partidos – além do PT, PCdoB e PV, que formam a federação Brasil da Esperança, PSB, PSOL, Rede, Solidariedade, Avante e Agir. Já no segundo turno, ainda se somaram à aliança PDT, Cidadania, PCB, PSTU, PCO e Unidade Popular, consolidando a vitória de Lula contra o então presidente Jair Bolsonaro.
Ainda à frente da legenda, Gleisi também teve atuação destacada no combate aos crimes, abusos e perseguições cometidos pela Lava Jato. Desse modo, foi uma das figuras de proa da campanha Lula Livre, pela libertação do então ex-presidente, detido ilegalmente por 580 na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
Antes de presidir o PT, Gleisi foi senadora entre 2011 e 2018. A parlamentar se licenciou do mandato de 2011 a 2014 para exercer o cargo de ministra da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma. Antes de se tornar ministra, a política paranaense também foi indicada como diretora da Itaipu Binacional. Retornando ao Senado, ela foi uma das vozes mais combativas contra o golpe do impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.
Gleisi: “política é o caminho”
Após nota do Planalto, Gleisi usou as redes sociais para se manifestar sobre a nova missão à frente da SRI. Disse que recebeu do presidente Lula a condução do cargo “com muita responsabilidade”. E ressaltou apostar na “política” e no “diálogo” para garantir avanços à população.
“Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo. É com este sentido que seguirei dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Casa Civil, na Diretoria de Itaipu e, atualmente, na presidência do PT”, afirmou a ministra nomeada.
“É dessa forma que espero corresponder à confiança do presidente, em uma construção conjunta com os partidos aliados, o Congresso Nacional e demais instituições. Parabenizo o ministro Alexandre Padilha pelo trabalho que realizou à frente da SRI e desejo sucesso em sua nova missão no Ministério da Saúde. Agradeço ao Partido dos Trabalhadores, dirigentes e militantes, pelo apoio que recebi nestes anos em que tive a honra de presidir o partido. Agradeço a confiança e o estímulo do presidente Lula neste novo desafio, na certeza de que vamos fazer o melhor pelo Brasil”, concluiu.
Lula também saudou a nomeação de Gleisi para o ministério, através das redes sociais. “A companheira e deputada federal @gleisi vai integrar o governo federal. Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados. O @padilhando assumirá o Ministério da Saúde. Bem-vinda e bom trabalho”.
