No ano de 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado durante o governo de Dilma, estabelecendo que o número de alunos em ensino médio profissionalizante e tecnológico deveria triplicar até 2024, alcançando um total de 4,8 milhões de matrículas. No entanto, o último ano concluiu com apenas a metade do objetivo de matrículas no ensino médio técnico para a metade da década, ou seja, 2019.
O número base do PNE era de 1,6 milhão de matrículas, conforme registrado no momento de sua aprovação. Mesmo com o aumento do ensino técnico na última década, o Brasil registrou apenas 2,38 milhões de matrículas de nível médio nessa modalidade de ensino, o que corresponde a 49,6% do objetivo estabelecido, conforme comparativo realizado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
Na última quarta-feira, 9, o “Ministério da Educação (MEC)” publicou os resultados do Censo Escolar 2024. Este estudo, conduzido todos os anos pelo “Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)”, apresenta uma visão geral da educação básica no país.
O propósito da reforma do ensino médio, revisada no ano passado, era aumentar a quantidade de inscrições no ensino técnico. Este modelo permite aos alunos optar por um dos cinco caminhos para aprimorar sua educação. A educação profissional é uma das opções disponíveis.
Investir em educação profissional e tecnológica é uma prática significativa dos sistemas educacionais de países ricos. Na Finlândia, por exemplo, esta modalidade de ensino abrange 68% dos estudantes. Na Alemanha, este número é de 49%.
A alteração na estrutura do ensino médio no Brasil foi apresentada como uma tática para tornar o currículo menos rígido e mais alinhado às necessidades do mercado de trabalho. Contudo, na realidade, a reforma foi objeto de reclamações.
Uma das questões era a grande quantidade de potenciais caminhos formativos, o que tornava difícil a implementação do modelo na realidade, especialmente em escolas públicas. Também foram levantadas queixas sobre a carga horária reduzida de certas disciplinas. Em resposta a isso, o MEC optou por fazer alterações na estrutura.
Embora haja uma intenção de impulsionar as matrículas na educação profissional, a quantidade verdadeira de inscrições representa cerca de 13,1% do total de matrículas no ensino médio apenas. A conta leva em consideração as modalidades “curso técnico integrado ao ensino médio” e “ensino médio normal/magistério”, apontadas por especialistas do Inep como a medida mais precisa.
Crescimento do ensino técnico reduz intensidadeO Censo também revela o número total de inscrições na educação profissional, que abrange o ensino fundamental. A pesquisa indica que, embora o Brasil persista na expansão dessa modalidade, a taxa de crescimento reduziu em comparação com 2023.
Em 2023, houve um aumento de 12,1% nas matrículas na educação profissional, totalizando 2,4 milhões. No ano seguinte, 2024, o número subiu para 2,5 milhões, um aumento de 6,7%.
O número total de matrículas no ensino médio aumentou novamente em 2024, após uma diminuição no ano anterior. Os dados do Censo indicam que houve um aumento de 113,65 mil matrículas em relação ao ano de 2023. O total de matrículas no ensino médio é de 7,7 milhões.
O Ministério da Educação (MEC) atribuiu a diminuição em 2023 ao retorno das atividades escolares no formato tradicional após a covid-19. A retenção de alunos foi maior durante a pandemia, uma vez que a reprovação de estudantes foi suprimida.
Com o término da política conhecida como “continuum curricular”, implementada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que tratava o período de 2020 a 2022 como um único ciclo, as escolas retornaram ao seu formato tradicional. Isso resultou no aumento das reprovações e na diminuição da retenção de estudantes.
O governo Lula, entretanto, não divulgou os dados de “alfabetização de crianças” no Brasil. A minoria na Câmara dos Deputados solicitou informações e recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a falta de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica, que mede a alfabetização no país.
MEC lança políticas para tentar combater evasão no ensino médioNo ano passado, o governo federal lançou o programa “Pé-de-Meia” com o objetivo de diminuir a evasão escolar. O programa prevê o repasse mensal de R$ 200 para alunos do ensino médio, além de uma poupança extra de R$ 1 mil ao término de cada ano.
O programa Pé-de-Meia, que foi criado para ser uma das principais vitrines do governo Lula 3, ultrapassou em R$ 5,1 bilhões o valor inicialmente estimado pelo MEC, que era de R$ 7,1 bilhões. De acordo com a estimativa oficial, o custo anual do programa atualmente é de R$ 12,5 bilhões.As informações são da Revista Oeste.