Na cidade de Osasco, região metropolitana de São Paulo, a disputa entre os vereadores pode ganhar novos capítulos na Justiça.
Partidos denunciaram a federação PSOL/Rede por supostamente fraudar a cota de gênero e desviar fatias do fundo eleitoral destinada a mulheres no pleito legislativo de outubro no município.
Os partidos PSOL e Rede não elegeram e reelegeram vereadores na cidade. Ainda assim, as ações podem acarretar na inelegibilidade de candidatas apontadas como laranjas, e a cassação do mandato do vereador reeleito Emerson Márcio Vitalino, filiado à Rede até março e atualmente no PCdoB.
De acordo com uma ação movida pelo PSB, três candidatas da Rede teriam se filiado à sigla apenas para cumprir a cota e aumentar a possibilidade de Emerson e Juliana Curvelo (PSOL), os dois únicos vereadores que competiam à reeleição pela federação.
A suspeita do PSB começa pela relação das candidatas Josiane Doces, Janicelma Figurino e Vanessa Aliança — nomes usados nas urnas — com a Igreja Evangélica Restaurados, em Osasco. O templo é frequentado pelo vereador Emerson, que teria tentado se beneficiar do suposto esquema para se reeleger.
“É inconcebível imaginar que um templo religioso de uma igreja com capacidade aproximada de 30 pessoas tenha três candidatas (no mesmo partido) e, ainda, um vereador no mandato apoiado pelo Pastor da Igreja”, diz ação. “É evidente que as três candidatas laranjas foram filiadas ao Rede visando apenas completar formalmente o número de mulheres na chapa proporcional, objetivando aumentar as chances de reeleição dos vereadores Emerson Osasco e Juliana Gomes. Com a saída do primeiro, filiando-se a outra agremiação por estratégia eleitoral, passou a chapa a beneficiar Juliana, ainda que, eventualmente, sem o prévio conhecimento desta vereadora”, completa.