O Ministério da Educação (MEC) anunciou na quinta-feira (22) o orçamento previsto para as universidades federais em 2025. Ao todo, a previsão é de que R$ 6,575 bilhões sejam destinados ao ensino público superior. O valor foi antecipado em reunião com o Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Os recursos representam um aumento de 4% em relação aos R$ 6,321 bilhões inicialmente previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2024. Os valores consideram, em parte, a correção do orçamento de 2024 pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, de 4,12%.
Apesar do quantia programada para o ano passado, na tramitação do projeto no Congresso Nacional, o valor foi reduzido para R$ 5,9 bilhões para todo o ano de 2024. O mesmo pode ocorrer com o PLOA, que será enviado pelo governo ao Parlamento até o próximo dia 31.
Expectativa
Apesar do reajuste, o valor é cerca de 23,5% menor do que o considerado ideal pelo presidente da Andifes, José Daniel Diniz Melo, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ele considera necessário o aumento real do orçamento das instituições em relação aos recursos deste ano. O montante ideal, conforme a Andifes, é algo próximo dos R$ 8,5 bilhões, de 2017.
As negociações seguem. “Estamos em contato direto com o MEC e demais ministérios e parlamentares na expectativa de conseguir ampliar os recursos direcionados para as IFES”, disse o presidente.
Os bloqueios orçamentários de emendas e a reprogramação dos limites de empenho no Ministério da Educação têm sido motivo de grande preocupação para as universidades federais. “Vários gestores já relataram a impossibilidade de pagar todos os compromissos até o final do ano”, pontua Melo.
Impactos
Áreas como a assistência estudantil e a manutenção da infraestrutura estão entre as mais impactadas pela falta de orçamentos nas federais brasileiras. Mas Melo destaca que as restrições orçamentárias afetam todas as áreas do funcionamento das instituições, como o pagamento de contas de energia elétrica e de contratos de terceirização.
“Continuamos com a expectativa e com um grande desejo de alcançarmos um aumento real do orçamento para que seja possível começar a corrigir as assimetrias que enfrentamos internamente”, acrescentou o presidente da Andifes, relembrando ainda os sucessivos cortes vivenciados na área da educação pública nos últimos anos.