Mesmo sendo alvo de investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Esplanada Serviços Terceirizados Ltda. está prestes a assinar um contrato de R$ 328 milhões com o governo federal. A empresa venceu um pregão eletrônico do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) e será responsável por fornecer 1.200 terceirizados para 12 ministérios por até dez anos.
A Esplanada foi alvo da Operação Dissímulo, deflagrada pela PF em fevereiro, que investiga um suposto esquema de simulação de concorrência para obter contratos públicos. Mesmo com os indícios, o MGI aprovou a proposta da empresa no dia 21 de fevereiro e rejeitou os recursos das concorrentes cinco dias depois.
Em nota, o ministério afirmou que não encontrou impedimentos legais para a contratação. A CGU também não registrou sanções contra a Esplanada no cadastro de empresas inidôneas.
Relação com outros investigados
O dono da Esplanada, André Luis Silva de Oliveira, negou qualquer envolvimento com os investigados e se defendeu das acusações. No entanto, sua empresa distribuiu panetones com o busto do ex-deputado Carlos Tabanez, apontado como operador do esquema. A mesma ação foi feita por outra empresa investigada, a R7 Facilities.
“Eu ganhei os panetones”, alegou André Luis, dizendo que a distribuição ocorreu durante campanha eleitoral e que não mantém vínculo com Tabanez. Em 2018, ele foi candidato a deputado distrital pelo MDB, mas não se elegeu.
Concorrentes como a G&E levantaram suspeitas sobre a ligação entre Esplanada e R7, especialmente pelo fato de a segunda colocada não ter questionado a habilitação da primeira. André Luis respondeu com uma petição, classificando as acusações como infundadas e afirmando ser alvo por estar próximo da vitória.
Apesar das investigações em curso e da apreensão de seus celulares e computador pela PF, o processo de contratação segue sem impedimentos formais.