A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, desistiu da viagem que faria a Nova Iorque, nos Estados Unidos, para representar a comitiva brasileira na 69ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), evento ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão ocorre em meio aos desgastes gerados ao governo pelas constantes idas da esposa de Lula (PT) ao exterior.
Com a desistência de Janja, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, embarcou no último domingo (9) para os Estados Unidos, liderando a comitiva brasileira no evento. A 69ª sessão da CSW segue até o próximo dia 21 de março. Em 2024, Janja foi ao evento ao lado de Cida, quando fez sua primeira viagem internacional solo.
Cida, por sinal, é uma das ministras mais próximas a Janja, mas ainda assim está com cargo ameaçado na reforma ministerial em curso no governo petista. O cenário mais provável para as próximas semanas é que ela deixe a gestão federal e seja substituída por Luciana Santos, que ocupa a pasta de Ciência e Tecnologia, ministério que, por sua vez, deve entrar na mesa de negociações de legendas do Centrão.
As idas de Janja a outros países têm gerado críticas públicas por parte da oposição. A mais recente delas, para Roma, onde a esposa de Lula encontrou o papa Francisco, virou inclusive uma notícia de fato apresentada no Ministério Público Federal (MPF) por um vereador de Curitiba (PR) apontando eventual “improbidade administrativa cometida por servidores públicos”.
A mudança na agenda também é apontada como uma forma de evitar uma piora na imagem da primeira-dama. Em fevereiro, a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg apontou que 58% dos brasileiros têm uma imagem negativa da primeira-dama, índice que disparou na comparação com os 40% registrados em outubro do ano passado.