O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) apresentou, na quinta-feira (20), um pedido formal de licença da Câmara dos Deputados. No site da Casa, o status do parlamentar aparece como “não em exercício”, em um afastamento de 122 dias, sendo dois para tratamento de saúde e 120 dias para tratar interesse particular.
Com a licença, Eduardo, que está no Congresso desde 2015, não receberá o salário de R$ 46 mil e um suplente deverá ser convocado para ocupar a vaga do deputado temporariamente. Esta será a primeira vez em mais de 30 anos que nenhum integrante da família Bolsonaro ocupará uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Eduardo já havia antecipado que se afastaria das atividades para morar nos Estados Unidos. No anúncio, o parlamentar disse que iria “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, referindo-se, em especial, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – relator dos casos relacionados ao 8 de janeiro.
“Aqui, poderei focar na luta por punições justas a Alexandre de Moraes e à sua ‘gestapo’ da Polícia Federal. Abro mão, de cabeça erguida, de toda essa pompa para seguir firme na minha missão. Irei abraçar esse sacrifício com entusiasmo, focando 100% do meu tempo nessa única causa: fazer justiça e criar um ambiente que permita a anistia dos reféns de 8 de janeiro e demais perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro”, disse.
O anúncio ocorreu uma semana antes do julgamento no STF que pode tornar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado. A sessão está programada para acontecer na próxima terça (25) e quarta-feira (26), em três etapas. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro será alvo de processo penal formal.
Embora não seja alvo da investigação de golpe, Eduardo afirmou que teme ser preso no Brasil. “Se Alexandre de Moraes quer apreender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, disse.