O economista Gabriel Galípolo iniciou oficialmente, na quinta-feira (2), seu mandato como presidente do Banco Central em um cenário de desconfiança do mercado financeiro, com o dólar disparando no primeiro pregão do ano. O novo presidente enfrentará uma pressão significativa para não ceder às solicitações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de redução imediata da taxa básica de juros, enquanto busca controlar a inflação e conter a disparada da moeda americana, que segue acima de R$ 6.
No primeiro dia de 2025, o dólar abriu cotado a R$ 6,17, e rapidamente superou os R$ 6,22, evidenciando que as intervenções cambiais realizadas em 2024 não conseguiram estabilizar a moeda. O mercado continua preocupado com a sustentabilidade fiscal do Brasil, especialmente após a aprovação de propostas de corte de gastos pelo Congresso.
Com as expectativas de inflação em alta e uma taxa Selic projetada em 14,75% para dezembro de 2025, Galípolo terá de agir com prudência para restaurar a confiança do mercado. Contudo, analistas permanecem céticos quanto à sua capacidade de manter a independência do Banco Central, especialmente com a contínua pressão do governo Lula para alterar a política monetária.