O apresentador José Luiz Datena, agora oficialmente pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira (13) que vai “até o fim” nessa corrida eleitoral. Essa é a quinta vez em que ele se coloca na disputa por um cargo político. Nas outras quatro oportunidades, Datena desistiu antes da oficialização da candidatura.
“Sinto que tenho mais responsabilidade nessa campanha do que nas anteriores. Porque, dessa vez, eu vou até o fim”, disse Datena durante evento de lançamento da pré-candidatura, em um hotel do centro de São Paulo.
Dizendo que está indo atrás de um “sonho”, o apresentador de programas policiais criticou a polarização vivida no país, dizendo que “quem vai governar São Paulo não é nem Lula, nem Bolsonaro”. Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), que lideram as pesquisas de intenção de voto, são apoiados, respectivamente, pelo presidente Lula (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Datena também criticou as licitações do transporte público de São Paulo. “Não podemos entregar essa cidade para bandido”, disse. Ele citava as suspeitas de que empresas de ônibus que atuam na capital têm ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Na Operação Fim da Linha, deflagrada em abril, dirigentes da Transwolff e da UPBus foram presos por suspeita de lavar dinheiro da facção criminosa por meio das empresas. “Na minha administração, não vai ter gente pagando passagem para o PCC”, afirmou.
Relação com Tabata Amaral
Antes de lançar sua pré-candidatura a prefeito, Datena estava filiado ao PSB e chegou a ser convidado para ser vice na chapa do partido, encabeçada pela deputada federal Tabata Amaral. Segundo o apresentador, foi de Tabata a ideia de ele migrar para o PSDB, inicialmente para viabilizar apoio.
“Eu adoro [a Tabata]. Gosto muito, continuo respeitando. Aliás, foi ela quem sugeriu que eu viesse para o PSDB, evidente que em outras circunstâncias. Mas elas mudaram”, afirmou.
Datena e Tabata, agora, devem ser adversários na urna. Segundo José Aníbal, presidente municipal do PSDB, a força eleitoral do apresentador, medida em pesquisas internas, foi o que animou o partido a lançar um nome próprio.
Idas e vindas de Datena
Esse é o 11º partido de Datena, que nunca se candidatou oficialmente a um cargo político. Desde 1992, ele já fez parte de siglas como PT, PP, União Brasil, PSC, PDT e MDB.
O apresentador ensaiou entrar na política outras quatro vezes, mas sempre retrocedeu e seguiu na televisão. Para manter seu nome na disputa, Datena terá que deixar seu programa na TV até dia 30 de junho. O prazo é definido no artigo 45, parágrafo 1º, da Lei das Eleições.
Em 2016, Datena teve uma pré-candidatura à prefeitura de São Paulo lançada pelo PP, mas desistiu sob a alegação de que o partido foi implicado em denúncias de corrupção pela Operação Lava Jato. Dois anos depois, não seguiu em frente com uma candidatura a senador pelo extinto Democratas.
Em 2020, afirmou que seria candidato a vice-prefeito de São Paulo na vitoriosa chapa de Bruno Covas (PSDB), morto em 2021, mas abriu mão a pedido da Bandeirantes. Nas últimas eleições, em 2022, era pré-candidato ao Senado no estado, pelo PSC. Indefinições quanto à composição da chapa estadual minaram a empreitada.