O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, classificou como “absurda” a declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sobre a atuação policial em todo o país durante homenagem às forças de segurança na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), segundo o jornal Folha de S.Paulo.
“Para ser muito educado, absurda, do ministro da Justiça”, afirmou.
Segundo Derrite, o ministro “não tem a mínima noção” das ações necessárias para o combate ao organizado.
“Até porque o ministro é um senhor de idade e eu tenho muito respeito por ele, apesar das besteiras que ele fala. A culpa não é dele, é de quem o escolheu para essa função, porque não tem a mínima noção do que deve ser feito, da onde ele está e o que tem que ser feito para combater o crime, principalmente o crime organizado no Brasil”, disse.
Polícia e JudiciárioComo mostramos, Lewandowski – ao falar sobre o aumento da criminalidade no país – declarou que quando a polícia prende mal, o Judiciário é obrigado a soltar. “É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, afirmou o ministro.
O comentário gerou reações de senadores como Alessandro Vieira (MDB-SE) e Sérgio Moro (União Brasil-PR).
Os delegados federais, por sua vez, criticaram a postura do ministro. Para eles, falta investimento do próprio Ministério da Justiça para solucionar problemas estruturais relacionados à criminalidade.
“Para a ADPF, em verdade, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, da qual a Polícia Federal faz parte, deveria estar atuando para valorização da polícia judiciária e dos Delegados de Polícia, diminuindo o grande abismo existente, tanto financeiro, quanto de condições de trabalho, com relação a outras carreiras jurídicas do sistema de persecução penal, sem descurar do importante papel integrador que deve ser exercido pelo referido Ministério, com o objetivo de centrar esforços no que realmente importa: aumentar a sensação de segurança e reduzir índices de criminalidade”, disseram os delegados.