A defesa do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos alegou que as provas reunidas pela Polícia Federal (PF) que o levaram a entrar no rol de indiciados são falsas. Garnier está entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em uma suposta trama golpista
A denúncia contra o ex-almirante é analisada na manhã desta terça-feira (25/3). Os advogados afirmam que a tese de que ele tenha concordado em colaborar com uma tentativa de golpe é infundada.
“O almirante não estava nessa reunião, e sim em Pirassununga. O comandante Freire Gomes disse que jamais houve discussão de mérito de qualquer coisa”, declarou o advogado Demóstenes Torres.
O advogado também questionou a versão apresentada pela PF. “A PF mentiu completamente. Inventou. Falseou a verdade. Isso está na própria denúncia. Se o Baptista Júnior (ex-comandante das Forças Armadas) não estava na reunião, como é que ele afirmou [à PF] que presenciou Garnier dizer que estava com as tropas à disposição?”, rebateu.
A defesa de Garnier argumenta ainda que o atual comandante da Marinha, já no governo Lula, divulgou uma nota em 2023 “desmentindo que houvesse tropas à disposição” para um golpe. “Ou seja, o comandante da Marinha do Lula defendeu o comandante da Marinha do Bolsonaro. O que há contra Garnier são apenas inverdades”, afirmou o advogado.
DenúnciaA peça acusatória do procurador-geral Paulo Gonet envolve 34 denunciados, incluindo o chamado Núcleo 1, que abrange oito pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles são enquadrados nos seguintes crimes:
Organização criminosa armada;
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima;
Deterioração de patrimônio tombado.