BRASÍLIA – Deitado na cama do hospital onde está internado em Brasília recuperando-se de cirurgia no abdômen, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma live com três dos quatro filhos homens, na noite de terça-feira (22), para promover um capacete de grafeno.
O item é de uma empresa da qual o ex-presidente e um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), são sócios. Também participou da transmissão ao vivo, por meio do YouTube, o ex-piloto Nelson Piquet, tricampeão de Fórmula 1.
O capacete de grafeno está em pré-venda e custa R$ 598 em preço promocional. “Resistência, leveza e tecnologia na sua cabeça. Não é qualquer capacete. Esse eu uso”, disse Jair Bolsonaro em uma peça publicitária veiculada no início da transmissão.
Na live, intitulada “Super Live do Capacete Bolsonaro – com Nelson Piquet”, os filhos do ex-presidente disseram que ele falaria pouco, por recomendação médica. Mas Jair Bolsonaro fez diversas intervenções. Em certo momento, disse que espera receber alta na segunda-feira (28).
“Talvez daqui a dois dias eu fique livre da sonda nasogástrica, daí já começam a melhorar mais as coisas por aqui. Acredito que na segunda-feira esteja de alta”, disse o ex-presidente, no hospital DF Star. Ele também agradeceu o apoio de seus seguidores.
Conforme o boletim médico divulgado na terça, Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com “boa evolução clínica, já apresenta sinais efetivos de movimentação intestinal, continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva”.
O boletim também informou que “persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI”. No mesmo dia, ele recebeu o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, antes de participar da transmissão ao vivo com os filhos e Piquet.
Publicidade e sorteio do “capacete do Bolsonaro”Durante a live, Carlos mostrou uma foto do abdômen aberto do pai durante uma das cirurgias que ele fez. Segundo o vereador, era preciso expor a imagem para rebater as falsas acusações de que a facada sofrida pelo ex-chefe do Executivo, em setembro de 2018, era falsa.
Na transmissão ao vivo, atrás de Flávio havia uma tela exibindo a frase “compre agora o capacete do Bolsonaro”. Três espectadores foram sorteados e vão receber o capacete das mãos do ex-presidente, assim que ele tiver alta hospitalar, segundo o senador.
Durante o sorteio, Jair Bolsonaro fez piada sobre as urnas eletrônicas ao questionar como os participantes gostariam que fossem revelados os resultados. “Você quer o sorteio em um botãozinho no computador, ou você quer o sorteio com um papel dentro do saco?”, perguntou.
Bolsonaro não abre mão de concorrer em 2026Ainda na live de terça, Flávio e Carlos Bolsonaro falaram sobre a eleição de 2026 e reiteraram que o pai será candidato, apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na segunda-feira (21), Jair Bolsonaro deu uma entrevista, também da cama do hospital, ao SBT Brasil. Ele afirmou que manterá sua candidatura à Presidência da República em 2026 até quando o TSE permitir.
“População não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final”, disse o ex-presidente. Ele afirmou ainda que as eleições de 2026 sem a sua presença são uma “negação à democracia”. “Como pode a maior liderança da direita estar fora da cédula eleitoral? Não tem cabimento”, declarou.
“O quadro que está no momento é eu registro a minha candidatura no último momento. O TSE tem poucas semanas para decidir. Eu acredito que até lá, eu esteja movimentando multidões pelo Brasil. A esquerda não vai ter um nome para se apresentar como razoável candidato. Se for o Lula, pior ainda. Não tem liderança formada pela esquerda no Brasil”, avaliou Bolsonaro.
Apesar de se colocar como o preferido dos eleitores de direita, o ex-presidente disse haver “bons nomes” de presidenciáveis nesse segmento, mas que cada um deve “cavar” espaço do respectivo partido. “Esses candidatos têm que começar a rodar pelo Brasil. Fazer realmente o seu trabalho para ganhar simpatia, confiança, da população”, afirmou Bolsonaro.
