Bloqueios e suspeitas de conluioO bloqueio das emendas de comissão (RP8), determinado por Dino, gerou desconfiança entre líderes partidários, que apontam para um possível “jogo combinado” entre o STF e o Palácio do Planalto. Embora Dino tenha liberado R$ 370 milhões para gastos obrigatórios com saúde, a decisão foi vista como uma manobra para centralizar poder e desestabilizar o Legislativo.
A falta de transparência e rastreabilidade exigida pelo ministro aumenta o desgaste político, enquanto o governo enfrenta dificuldades em aprovar projetos prioritários. A paralisia na liberação das emendas atrasou, por exemplo, a votação do pacote econômico da equipe de Lula, que ficou travado por quase um mês na Câmara dos Deputados.
Pressão por reforma ministerialAlém das emendas, parlamentares de diversos partidos pressionam Lula por uma reforma ministerial para melhorar a interlocução entre o Executivo e o Legislativo. Siglas como PSD, PP e Republicanos exigem maior protagonismo na Esplanada dos Ministérios, apontando para o tratamento desigual nas nomeações.
Líderes do PSD, como Gilberto Kassab, demonstram insatisfação com os ministérios atuais – Minas e Energia, Agricultura e Pesca – e esperam mudanças no primeiro semestre de 2025. Já partidos como PP e Republicanos, apesar de ocuparem pastas como Esporte e Portos e Aeroportos, pedem mais espaço em troca de apoio nas votações.
Déficit político e isolamentoO governo Lula sofre críticas crescentes pela falta de diálogo entre o Planalto e o Congresso. Deputados e senadores reclamam da postura distante do presidente e da ineficiência de seu ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confidenciou a interlocutores sua insatisfação com o tratamento frio dispensado por Lula aos parlamentares, comparado ao “carinho” demonstrado em mandatos anteriores.
ConclusãoA crise das emendas revela a falta de articulação e a fragilidade de um governo cada vez mais refém de sua própria base. A postura centralizadora e os atritos com o Legislativo expõem as contradições de um Planalto que prometeu diálogo, mas entrega isolamento e instabilidade.