A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, voltou ao centro de uma polêmica internacional ao criticar abertamente o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quinta-feira (30/10), ela expressou insatisfação com a postura de Lula diante da crise política venezuelana, destacando a necessidade do reconhecimento da derrota de Nicolás Maduro nas urnas como elemento fundamental para qualquer negociação.
Como María Corina Machado criticou Lula?
Machado manifesta forte oposição às tentativas de diálogo promovidas por Lula com os Estados Unidos, considerando essas iniciativas como desrespeito à vontade popular expressa contra Maduro nas eleições de 2024. A líder opositora afirma que países como Brasil e Colômbia oferecem tempo a Maduro, o que permite intensificar a repressão interna.
Segundo ela, é surpreendente ver um líder que se intitula democrático promover negociações sem exigir mudanças efetivas no país. Machado acredita que qualquer avanço deve começar com o reconhecimento da vitória da oposição. “O presidente Lula, como todos os governos do mundo, sabe que Maduro foi derrotado [nas urnas]. A pergunta [para Lula] é: os venezuelanos somos cidadãos de segunda classe, não temos direito a escolher, e a que nossa vontade seja respeitada?”, perguntou Corina Machado.
Qual a proposta para uma transição pacífica na Venezuela?
María Corina Machado sobre la oferta de “mediación” de Lula al presidente Trump:”Después de más de un año con cinco rehenes en la embajada de Argentina bajo protección de Brasil, el gobierno del presidente Lula no logró conseguir ni siquiera cinco salvoconductos. Después de… pic.twitter.com/eY7pveReIF— Informe Orwell (@InformeOrwell) October 30, 2025
Para além das críticas, María Corina Machado defende a necessidade de um caminho claro de transição pacífica para restabelecer a democracia. Ela considera a saída de Maduro do poder indispensável para garantir essas mudanças e o respeito ao resultado eleitoral.
A lider opositora reforça que, enquanto o chavismo permanecer, a Venezuela permanecerá distante de estabilidade e paz, tornando urgente a implementação de um novo governo. “Todo o resto é inaceitável, e definitivamente inaceitável se vem de um mandatário que diz ser democrático [em referência a Lula].”, afirmou.
Como Corina Machado vê o papel da ajuda externa para a oposição?
Machado argumenta que a pressão internacional, especialmente a militar dos Estados Unidos, é fundamental para enfraquecer o regime chavista. Esse posicionamento divide opiniões dentro da oposição, já que outros líderes, como Henrique Capriles, preferem negociações e diálogo.
Para facilitar o entendimento sobre suas diferenças internas, listamos as principais abordagens defendidas pelas lideranças opositoras em relação à crise venezuelana:
Apoio à intervenção militar estrangeira, como propõe María Corina Machado.
Busca por soluções diplomáticas e negociações, como defendido por Henrique Capriles.
Qual a influência estrangeira na Venezuela?
María Corina aponta que a Venezuela sofre interferência direta de países como Rússia, Irã, China e Cuba, o que, segundo ela, justificaria um apelo por auxílio dos Estados Unidos. Ela salienta que a presença desses atores externos aumenta os desafios para a oposição interna.
Ela também ressalta que cuida para não expor detalhes dos contatos com Washington, com o objetivo de preservar a relação de confiança e evitar possíveis retaliações.
FAQ sobre a crise política na Venezuela
Qual é a principal crítica de María Corina Machado ao presidente Lula? Ela critica Lula por não reconhecer a vitória da oposição venezuelana sobre Maduro e por abrir diálogos internacionais sem exigir a saída imediata do ditador.
Qual é a posição de María Corina sobre a intervenção militar na Venezuela? Ela apoia a pressão militar americana para retirar o chavismo do poder, contrastando com outros opositores que preferem estratégias de diálogo.
O que María Corina sugere para resolver a crise na Venezuela? Ela defende uma transição pacífica que comece pela saída de Nicolás Maduro, respeitando o resultado das eleições de 2024.
Por que María Corina enfatiza a interferência de estrangeiros na Venezuela? Segundo ela, países como Rússia, Irã, China e Cuba já estão intervindo na política venezuelana, justificando pedidos de apoio por parte dos EUA.
