De acordo com os dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões (ABECS), somente durante o terceiro trimestre de 2022, as compras realizadas com cartões pré-pagos tiveram um aumento de 84,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No total, houve um acúmulo de R$ 59 bilhões entre os meses de julho, agosto e setembro nesse tipo de transação.
Porém, essa modalidade será uma das mais seguras pela Resolução nº 246 adotada pelo Banco Central, sendo que a partir do dia 1º de abril de 2023, a tarifa de TIC referente às transações com pré-pagos terá que operar com o percentual máximo de 0 ,7%. O objetivo do BC é combater a divergência do chamado ‘Crébito’, que se caracteriza pela transação de pagamento feita com cartão pré-pago, mas utilizando as características do crédito.
A nova norma do BC deve impactar principalmente o modelo de negócios das fintechs. Isso porque, essas empresas normalmente dependem do sistema pré-pago para oferecer uma espécie de conta corrente aos seus clientes, mas sem utilizar o cartão de débito, tendo em vista que elas possuíam algumas restrições em termos de autorizações cedidas pelo Banco Central brasileiro.
Em resumo, essas startups terão de se adaptar ao novo sistema se não quiserem perder receita, já que os TICs atuais variam entre 1,1% e 1,5% no pré-pago. Ou seja, com uma redução para 0,7%, conforme as pequenas empresas precisarão acelerar seus processos de transformação nos modelos de negócio para não terem prejuízos mais consideráveis, apontou o CEO da Xsfera, Fausto Ferraz de Arruda.
Ainda de acordo com o executivo, para os estabelecimentos comerciais, a mudança representa a possibilidade de um “achatamento” da taxa de desconto – aplicada pelas credenciadoras que, em grande parte, é composta pela taxa de intercâmbio.
Além disso, a redução do prazo de recebimentos também poderá ser uma vantagem, visto que essa ferramenta evitará que os empreendedores recorram à antecipação de recebíveis, o que traz custos adicionais e acaba prejudicando o fluxo de caixa da empresa.