Após meses de atritos públicos, a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central do Brasil parece prestes a entrar em uma era de harmonia — o que preocupa alguns investidores.
Aos 42 anos, Gabriel Galípolo assumirá o comando da autarquia na quarta-feira, 1º. Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda sob Fernando Haddad (PT), o economista tem um histórico de defesas que, em linhas gerais, agradam aos políticos de esquerda.
A proximidade entre o novo presidente do BC e o petismo deve acalmar o ambiente após dois anos de críticas públicas direcionadas por Lula e parlamentares como Gleisi Hoffmann (PT-PR) a Roberto Campos Neto, a quem Galípolo sucederá no cargo. Ao mesmo tempo, a relação pode testar a independência da instituição.
Cenário de incógnitaA transição entre Campos Neto e Galípolo será a primeira desde que ficou estabelecido por lei, em 2021, que os chefes de Estado aguardem dois anos antes de indicar um nome ao comando da instituição, mirando fortalecer sua autonomia.
A transição será acompanhada de perto, especialmente após a frustração do mercado com um aguardado pacote fiscal que foi apresentado pelo governo federal em novembro. Desde então, o dólar atingiu recordes históricos.