O presidente Lula desembarcou no Japão nesta segunda-feira (24) acompanhado de uma comitiva que chamou atenção pelo tamanho. Entre políticos, sindicalistas e quase 100 empresários, a delegação brasileira parece mais um verdadeiro “trem da alegria” financiado pelos cofres públicos. A quantidade de pessoas saindo do avião da FAB surpreendeu e gerou questionamentos sobre a real necessidade de levar tanta gente para uma viagem oficial.
Lula publicou uma foto ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), e seus antecessores, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL). Na legenda, justificou a visita como parte das celebrações dos “130 anos de amizade entre Brasil e Japão”. No entanto, o que se viu foi um desfile de figuras políticas e aliados do governo em uma viagem que poderia ser mais enxuta e objetiva.
Entre os nomes da comitiva estão a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro da Educação, Camilo Santana, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. A primeira-dama, Janja da Silva, que parece ter assumido uma posição quase oficial dentro do governo, já estava no Japão há uma semana, junto com outra delegação preparatória.
O objetivo da viagem, segundo o governo, é negociar a exportação de carne bovina brasileira para o Japão e avançar nas tratativas do Mercosul. Entretanto, com uma comitiva desse tamanho, a preocupação maior parece ser agradar aliados e garantir vantagens para grupos específicos, em vez de focar nos interesses reais do Brasil.
Outro ponto polêmico é a menção ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como responsável por uma “guerra tarifária” que impacta as exportações brasileiras. Essa narrativa reforça o discurso de Lula contra o governo norte-americano e sugere que sua agenda internacional está mais voltada a buscar apoio entre países como China e Vietnã do que a construir relações equitativas com parceiros estratégicos.
A próxima parada da comitiva será no Vietnã, onde Lula se encontrará com o primeiro-ministro Pham Minh Chính e o presidente Luong Cuong. O país comunista tem sido um dos focos da política externa petista, o que reforça a tendência de aproximação do Brasil com regimes alinhados ideologicamente ao atual governo.
No final das contas, essa viagem levanta uma série de dúvidas: é realmente necessário levar tantos nomes para uma negociação comercial? Quem está pagando a conta dessa grande excursão? O contribuinte brasileiro, que enfrenta uma economia instável, merece respostas. Se houvesse real compromisso com eficiência e austeridade, essa viagem poderia ser feita com muito menos pompa e desperdício.