A Controladoria-Geral da União (CGU) suspeita da demora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em agir para evitar mais um mega apagão da distribuidora Enel, que deixou 2,1 milhões sem luz na capital paulista desde a sexta-feira (11/10). A CGU abriu uma apuração contra a agência reguladora na segunda-feira (14/10), por ordem de Lula.
Uma das frentes de investigação da CGU apura por que a Aneel não tomou providências em relação à Enel a partir de 1º de abril deste ano, quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, alertou a agência sobre a situação. O documento foi direcionado ao diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro.
Silveira havia determinado a abertura de um processo administrativo para apurar “falhas e transgressões” da Enel, em meio aos “reiterados” episódios de corte de luz na cidade de São Paulo. Na ocasião, Silveira declarou que o ministério tinha “muitas provas” das falhas da empresa italiana, que demonstrava “incapacidade” de prestar o serviço.
Procurada, a Aneel não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações. Na segunda-feira (14/10), a Aneel disse que vem fiscalizando “sistematicamente” o serviço da concessionária, e que aplicou R$ 320 milhões em multas à Enel desde 2018.
Pelo menos 2,1 milhões de pessoas ficaram sem luz em São Paulo, a maior cidade da América Latina, desde a última sexta-feira (11/10). Até o fim da tarde da terça-feira (15/10), quarto dia do apagão, 300 mil consumidores seguiam sem energia elétrica. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio), o apagão já gerou prejuízos de R$ 1,65 bilhão no varejo e no serviço.