O Brasil ainda não foi convidado formalmente para a posse do ditador Nicolás Maduro, em Caracas, em 10 de janeiro.
A informação foi confirmada por fontes do governo.
Caso haja o convite, a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, representará o país na posse.
Desde fevereiro, Glivânia chefia o posto brasileiro em Caracas, quando deixou a direção do Instituto Rio Branco.
“O Brasil é parceiro da Venezuela“, disse a embaixadora durante um evento.
Não há a previsão da ida do presidente Lula (PT) ou de nenhum integrante do governo de Brasília, incluindo o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Até o momento, o regime de Maduro não informou aos órgãos brasileiros se haverá a presença de representantes estrangeiros na contestada posse.
Relações diplomáticasMesmo sem convite, o governo brasileiro mantém relações diplomáticas com a ditadura venezuelana.
A representação brasileira em Caracas, após seis anos de um hiato, reforça a proximidade entre os países.
Após a fraude eleitoral de 28 de julho, Lula amenizou as irregularidades do regime, apesar de não reconhecer a vitória de Maduro.
Para o petista, a ditadura de Maduro é apenas “mais um rolo”.
No caso do assessor especial de Lula, Celso Amorim, houve até a sugestão de um “segundo turno das eleições” como forma de atenuar a fraude.
A ida de um representante brasileiro à posse de Maduro referenda ainda mais os arbítrios do regime contra opositores e população venezuelana.
Enquanto isso, os governos da Argentina e do Uruguai, vizinhos do Brasil, receberão o líder oposicionista, Edmundo González, a fim de reforçar apoio.
28 de julhoA pressão internacional sobre o regime ganhou força após os Estados Unidos e outros países europeus reconhecerem González como o presidente eleito.
Ele está exilado na Espanha desde setembro com os filhos.
Em novembro, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) encerrou o caso que contestava a fraude eleitoral do ditador.
Dois ex-candidatos presidenciais, Enrique Márquez e Antonio Ecarri, enviaram pedidos para que a Corte conferisse os números e abrisse os dados mesa por mesa.
A Sala Constitucional do TSJ, contudo, não divulgou os argumentos usados para validar o resultado oficial das eleições.