O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou contra o prefeito de Belo Horizonte e candidato, Fuad Noman (PSD), e contra o presidente Lula (PT) na tarde deste sábado (19 de agosto), na avenida Afonso Pena, no centro da capital mineira. A fala foi endossada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), em apoio à candidatura do deputado estadual Bruno Engler (PL) à Prefeitura de BH.
O ato não contou com um grande público. O grupo de apoiadores ficou restrito a um trecho curto do quarteirão entre a avenida Álvares Cabral e a rua dos Guajajaras. Em seu discurso no trio elétrico, Bolsonaro, antes de criticar o atual prefeito, lembrou feitos de seu mandato como presidente. Ele citou a implementação do Pix e a gestão econômica e de saúde na pandemia.
“Nós facilitamos por decreto a extração de lítio no Vale do Jequitinhonha. Os primeiros bilhões de reais arranjados para o metrô aqui em BH fomos nós”, disse, ao citar feitos específicos em Minas. “Só faltou eu arranjar uma saída para o mar em Minas Gerais. E não vai ser pelo (oceano) Pacífico não, vai ser pelo Atlântico”, complementou.
O ex-presidente afirmou que Engler está credenciado para comandar Belo Horizonte e pediu que os apoiadores trabalhem para pedir votos na última semana. “Ele fará uma gestão, semelhante a que eu fiz em Brasília, escolhendo secretários técnicos, honestos e competentes”, afirmou Bolsonaro.
Nikolas Ferreira, por sua vez, disse que o prefeito Fuad Noman tenta “esconder” o presidente Lula (PT) da campanha. Não houve manifestação pública de apoio do petista a Noman. No entanto, os dois têm relação de amizade e ainda na pré-campanha houve tratativas para que o PT não lançasse a candidatura de Rogério Correia (PT) e apoiasse a reeleição de Fuad.
“Todos se uniram. O PT juntou com o Fuad, e ele quer esconder o Lula no armário, mas não vai conseguir não porque a gente sabe o que você fez no verão passado, Fuad”, disse Nikolas, ao lembrar o apoio do prefeito a Lula nas eleições de 2022. Ferreira elevou o tom contra o candidato, ao afirmar que Fuad é “ausente” em uma resposta às críticas direcionadas a Engler, no primeiro turno, relacionadas ao mandato como deputado estadual.
“Muitos disseram que o Bruno é ausente. Ausente é o Fuad que eu nunca vi ele aqui no centro no meio dessa sujeira. Ausente é o Fuad que eu nunca vi numa UPA, na fila de hospital que está lotada. Ausente é o Fuad na nossa Guarda Municipal que tá desestruturada. Ausente é o Fuad, que o transporte público que tá uma porcaria”, assinalou. O deputado federal prometeu divulgar vídeos contra o candidato nesta reta final da campanha.
Indecisos O senador Cleitinho Azevedo usou a fala para pedir um trabalho de convencimento dos indecisos e também das pessoas que se abstiveram de votar no primeiro turno. A possível vitória de Engler, na opinião do parlamentar, passará pela conquista dos votos desses públicos. “O que a gente precisa fazer agora, faltando uma semana? Tem muitas pessoas ainda em dúvida, muitas pessoas votaram branco e nulo. Então, cada um de vocês aqui tem o dever de sair daqui hoje e buscar aquela pessoa que ainda não sabe em quem votar. Vocês precisam fazer isso”, pediu ao público.
Sem citar Fuad, Cleitinho disse que BH não precisa mais de ‘experiência’. “Chega de política experiente, chega de política experiente que roubou, que desviou dinheiro, eu prefiro o Bruno, que eu sei que o coração dele é puro, a mão dele é limpa”, finalizou o senador mineiro.
Engler mira aliançasCandidato foco da motocarreata e do comício com Bolsonaro em Belo Horizonte, Bruno Engler mencionou apoio do governador Romeu Zema (Novo) no segundo turno das eleições municipais durante conversa com a imprensa, após o evento. No primeiro turno, Zema apoiou Mauro Tramonte (Republicanos), e agora declarou que está com Engler. Entretanto, o governador não apareceu no ato de campanha deste sábado. “Estou muito feliz com o apoio do governador. A gente tem o apoio não só dele. A gente tem uma direita no segundo turno, o Bolsonaro nesse evento de hoje”, detalhou o deputado estadual.
Ainda sobre o ex-presidente, Engler afirmou que Bolsonaro é uma figura “muito querida” na capital mineira e que pretende se inspirar no mandato dele como presidente caso seja eleito prefeito. “É um exemplo para a gente com um ministério técnico, que combateu a corrupção. Nós vamos fazer um secretariado técnico para estancar o ralo da corrupção, então o norte que a gente tem vai ser fazer uma prefeitura semelhante ao governo dele”, disse.
O deputado e candidato ainda fez menção a Gabriel Azevedo (MDB) e a Tramonte, afirmando estar aberto a alianças na semana que antecede o segundo turno. “Se quiserem vir, são muito bem-vindos, são dois candidatos que manifestaram sua indignação. Mauro foi muito feliz quando falou que Belo Horizonte não tem prefeito de verdade. A gente tem um prefeito que não resolve os nossos problemas. Gabriel também foi extremamente feliz quando apontou a ligação do prefeito com a máfia do ônibus, que hoje manda na Prefeitura de Belo Horizonte e que nós vamos combater”, afirmou Engler.
AgressãoNa saída do comício, enquanto a imprensa aguardava para a coletiva com Bolsonaro e Engler, uma idosa que tentava falar com o ex-presidente, agrediu com um soco, um cinegrafista da Rede Minas e uma repórter de O TEMPO. Seguranças da equipe do candidato interviram para tentar afastar a idosa da área onde os jornalistas estavam, mas a mulher se negou e permaneceu no local com xingamentos à imprensa durante toda a coletiva. O comportamento irritou até ao ex-presidente, que pediu silêncio para a idosa.
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