Em ato ao lado do pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem, o ex-presidente da República aproveitou para alfinetar o governo Lula
Na última quinta-feira, 18, o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As afirmações foram feitas em um evento no Rio de Janeiro, onde estava acompanhado do pré-candidato à prefeitura da cidade, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e o governador do Estado, Cláudio Castro (PL).
Durante o evento, Bolsonaro mencionou Luciane Barbosa Farias, também conhecida como “Dama do Tráfico”, que em 2023, frequentou reuniões nos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos. No entanto, os líderes desses departamentos, Flávio Dino e Silvio Almeida, respectivamente, naquela época, não estiveram presentes nesses encontros.
“Não estive em comunidade aqui me reunindo com traficantes”, disse Bolsonaro. “Me tornaram inelegível porque coloquei um grande empresário ao meu lado no 7 de Setembro. Não recebi, e jamais receberia, a ‘Dama do Tráfico’ em meu gabinete em Brasília.”
Luciane é casa com Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas. No ano de 2022, Clemilson foi condenado a 31 anos de prisão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Já Luciane foi condenada a dez anos por associação ao tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ela recorre em liberdade.
Em seu discurso, Bolsonaro relembrou ainda o fato de ter viajado aos EUA em 2022, quando saiu derrotado das urnas e não passou a faixa presidencial a Lula.
“Não passo a faixa para ladrão”, declarou. “Ele trouxe de volta para o seu governo todos os condenados, todos aqueles que roubaram centenas de bilhões de nosso país. A própria Petrobras, o último do governo do PT, entregou com uma dívida de R$ 900 bilhões.”
‘Dama do Tráfico’, citada por Bolsonaro
Em 2023, a “Dama do Tráfico” esteve em uma reunião no Ministério da Justiça e Segurança Pública, com a presença de assessores e secretários do ministro da época, Flávio Dino. O jornal O Estado de S. Paulo foi quem revelou a informação.
Dino se manifestou e disse que “nunca recebeu líderes em seu gabinete”. “De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que não se realizou em meu gabinete” afirmou o ex-ministro.
Luciane participou ainda de um evento promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos chamado Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado nos dias 6 e 7 em Brasília. Segundo o ministério, “o comitê estadual do Amazonas indicou Luciane como representante a participar do evento”, e todos os convidados tiveram as passagens e diárias custeadas.
A Dama do Tráfico se manifestou em nota à imprensa e afirmou não ser da facção, mas, sim, alguém que luta pelo direito dos detentos, visto que seu marido está preso por suposto envolvimento com ilícitos do CV no Amazonas. As informações são da Revista Oeste.