BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o leito de semi-UTI nesta quinta-feira (1º) e foi transferido para um quarto no Hospital DF Star, em Brasília, onde continua internado. No dia anterior, aliados do político haviam confirmado a alta dele da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) (Unidade de Tratamento Intensivo).
Segundo boletim médico divulgado na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro encontra-se “estável clinicamente”, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada, além de ter reagido bem à dieta líquida.
“Apresentou boa aceitação de dieta líquida e com melhora progressiva dos movimentos intestinais espontâneos. Recebe suporte calórico e nutricional por via parenteral (endovenosa) e pela via oral. Continua intensificando diariamente a fisioterapia motora e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa. Permanece a orientação de restrição de visitas e ainda não há previsão de alta hospitalar”, diz o boletim.
Internado desde o dia 11 de abril, após passar mal em uma agenda no Rio Grande do Norte, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de desobstrução intestinal no último dia 13, em Brasília. Foi a sexta intervenção cirúrgica desde 2018, quando levou uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais.
Agora, de acordo com aliados, existe a expectativa de que ele deixe o hospital no fim de semana. Apesar disso, o boletim, informa que o ex-presidente permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e “sem previsão de alta”.
O boletim é assinado pelos médicos Cláudio Birolini (chefe da equipe cirúrgica), Leandro Echenique (cardiologista), Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior (coordenador da UTI), Brasil Caiado (cardiologista), Guilherme Meyer (diretor médico do hospital) e Allisson Barcelos Borges (diretor-geral do hospital).
A cirurgia
O ex-presidente passou mal durante uma agenda política no Rio Grande do Norte, em 11 de abril. No dia seguinte, por decisão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele foi transferido para uma unidade hospitalar em Brasília. Em 13 de abril, o político passou por uma cirurgia que durou 12 horas.
O procedimento foi feito para remover aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal. Essa foi a sétima e mais longa cirurgia realizada em Bolsonaro desde a facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018, em uma caminhada em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
A equipe médica classificou a cirurgia como “extremamente complicada”, mas informou que não houve intercorrências durante o procedimento. A previsão é de que a recuperação leve de dois a três meses. Após isso, os médicos esperam que o ex-presidente não enfrente restrições de saúde nem precise passar por novas cirurgias.
Histórico hospitalar
O ex-presidente apresentou uma piora clínica no dia 24, após receber na UTI uma oficial de Justiça que o intimou no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Ele apresentou aumento da pressão arterial e piora dos exames, mas no dia seguinte fez uma tomografia e foi descartada a necessidade de uma nova cirurgia.
Apesar da orientação de não receber visitas, o ex-presidente recebeu, na última semana, o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e o pastor Silas Malafaia. Essas visitas e uma live realizada no hospital foram usadas como justificativa para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizasse a intimação.
O entendimento foi de que o ex-presidente tem se mostrado apto a receber visitas políticas enquanto se recupera de uma cirurgia onde, até então, o repouso absoluto era recomendado e estava sendo respeitado pela Corte. Bolsonaro foi intimado por uma oficial de Justiça às 12h47 de quarta-feira (23). O momento foi gravado pela equipe dele.
O vídeo, com 11 minutos de duração, foi publicado nas redes sociais do político, que pediu ajuda na divulgação. Durante o vídeo, Bolsonaro questiona a servidora em alguns momentos o cumprimento da ordem determinada por Moraes. Entidades que representam oficiais de justiça repudiaram a divulgação do vídeo.
Manifestação
Mesmo internado na UTI, o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para uma manifestação em Brasília a favor da anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro. A convocação é para o dia 7 de maio, às 16h.
O vídeo com a convocação foi publicado pelo pastor Silas Malafaia, responsável pela organização dos atos. Segundo ele, a concentração será na torre de TV de Brasília e, em seguida, os manifestantes caminharão em direção ao Congresso.