Representantes de empresas como Meta, Google e TikTok participarão de um seminário promovido pelo Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, em Brasília, nos dias 20 e 21 de fevereiro. A confirmação das big techs ocorre após essas mesmas empresas terem ignorado uma convocação da Advocacia-Geral da União (AGU) em janeiro.
Seminário Focado em Estratégias DigitaisO evento, descrito pelo PL como “o maior evento de comunicação partidária do Brasil”, será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e terá como foco o fortalecimento da atuação digital do partido.
De acordo com informações fornecidas pelo partido ao jornal O Estado de S. Paulo, as big techs darão “treinamentos técnicos e de boas práticas” para dirigentes e militantes do PL, embora ainda não haja detalhes claros sobre a participação de cada empresa.
O Papel de Meta, Google e TikTokO Google confirmou que participará do evento com treinamentos voltados para o uso de suas ferramentas e tecnologias. Em nota, a empresa declarou:“Participamos de inúmeros eventos oferecendo treinamentos em nossas ferramentas. Essa iniciativa contribui para que profissionais de diversas áreas compreendam novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial.”
Por outro lado, Meta e TikTok não esclareceram detalhes de suas participações no seminário, mas fontes indicam que a abordagem será semelhante à que a Meta pretende realizar em eventos com dirigentes e parlamentares do PT.
Alterações na DivulgaçãoInicialmente, o PL apresentou as big techs como “parceiras” do evento, com materiais promocionais que incluíam imagens de Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. Após repercussões, a divulgação foi ajustada, passando a mencionar apenas a “participação” das empresas, sem a associação direta a figuras do partido.
Contraste com o Governo LulaA confirmação das big techs no seminário do PL chama atenção pelo contraste com sua ausência em uma audiência pública organizada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em janeiro. O debate promovido pelo governo buscava discutir a decisão da Meta de encerrar o programa de checagem de fatos em suas plataformas.
A ausência no evento da AGU gerou críticas, levantando questionamentos sobre a relação das empresas com o atual governo, especialmente em temas relacionados à regulação das plataformas digitais e à disseminação de informações falsas.