Os bancários assinaram, nesta terça-feira à noite (10), a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos funcionários do Banco do Brasil, com validade por dois anos.
Os bancários fecharam acordo que garante a ampliação de direitos sociais e o reajuste de 4,64% nos salários e demais verbas, incluindo vales alimentação (VA), refeição (VR), auxílio creche/babá e participação nos lucros e resultados (PLR) neste ano, para um INPC de 3,71%, dando um ganho real de 0,9%. Para 2025, o aumento real será de 0,6% para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.
“Após 14 rodadas de negociação e de mobilizações, conseguimos ter uma proposta com aumento real e a manutenção de todos os nossos direitos. Os bancários são referência entre os trabalhadores e um dos grandes avanços desse acordo é a concessão de 3 mil bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, para aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico; o compromisso com a igualdade salarial entre gêneros e uma nova edição do Censo da Diversidade, para mapear e promover a diversidade”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional.
“Além disso, pela primeira vez na história, os bancos concordaram em usar na CCT o termo ‘assédio moral’. Essa era uma luta antiga do movimento sindical. Sabemos que o assédio moral é uma realidade nos bancos e o quanto isso adoece os trabalhadores. Ter o termo escrito na CCT é uma conquista importante porque é uma forma de os bancos admitirem a gravidade do problema”.
Considerado os dois anos de vigência da nova CCT, os reajustes acima da inflação vão gerar ganho real de 1,5% para a categoria.
Antecipação da PLR
Com as assinaturas realizadas, os bancos começam a pagar a antecipação da PLR. O Banco do Brasil irá fazer o depósito na conta dos funcionários na sexta (13), portanto três dias após a firma do acordo, como previsto.
Conquistas da CCT
Além da garantia de aumento acima da inflação para salários e verbas, os bancários conquistaram na nova CCT:
Reajuste de 8% na verba de requalificação, com isso o valor passa a ser R$ 2.285,84;
Reajuste salarial de 15% para contínuos e pessoal da portaria;
Aumento de 4,64% na 13ª cesta alimentação e adiantamento da mesma para 1º de outubro.
A nova convenção traz ainda inovações em dez temas sociais que ampliam a convenção em cerca de 50 novas cláusulas:
1 – Reforço no combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho;2 – Mulheres na tecnologia:– 3 mil bolsas em curso introdutório (PROGRAMARIA), com prioridade às mulheres negras, da comunidade LBGTQIA+ e PCDs– 100 bolsas para programa intensivo na área tecnológica (LABORATÓRIA)3 – PCD – abono de ausência para conserto ou reparo de prótese;4 – Prevenção à violência contra mulher bancária;5 – Reforço no combate à violência contra a mulher na sociedade;6 – Igualdade salarial entre homens e mulheres;7 – Mudança climática e calamidade;Instalação de Comitê de Gestão de Crise, com autorização prévia para tomada de decisões8 – Censo da Categoria 2026;9 – Inteligência artificial e requalificação;10 – LGBTQIA+: repúdio à discriminação e uso do nome social antes da obtenção do registo civil.
Acordos coletivos
Nesta terça (10) os trabalhadores do Banco do Brasil assinaram a ACT que inclui, entre as conquistas estão elevação de seis para sete salários por ano o teto da PLR; manutenção da gratificação dos caixas até dezembro, com priorização para novas funções de salário superior; criação de mais de 500 novas vagas para Gerentes de Relacionamento e cerca de duas mil vagas de Assistente; e criação da função de Assistente de Atendimento e Negócios a partir de janeiro, com um valor mínimo 6% maior do que o atual salário do escriturário com Gratificação de Caixa.
Na Caixa, os debates para renovação do ACT foram retomados nesta terça (10), com o banco garantindo a ultratividade até o dia 17 do mês. O Comando Nacional dos Bancários já orientou os sindicatos a convocarem novas assembleias, que devem ser realizadas até quinta-feira (12), para a deliberação sobre a proposta de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), e/ou para a deflagração da greve.