Fernando Haddad, ao perceber que seu pacote econômico não conseguiu acalmar os mercados, fez uma declaração que soou como uma ameaça: esse não é o “gran finale”.Reação do MercadoPor que chamar isso de ameaça? Talvez Haddad não tenha essa percepção, mas sempre que há a “ameaça” de boas notícias, o mercado já ajusta suas expectativas. Ou, pelo menos, fica mais cauteloso ao apostar contra.Preferência ReveladaO problema para Haddad é que, a cada anúncio fraco, o “medo” do próximo anúncio diminui. Na microeconomia, isso é conhecido como “preferência revelada”. Não importa o que o consumidor declara formalmente sobre suas preferências, mas sim suas decisões concretas. Adaptando ao caso, o governo Lula vai revelando, ato após ato, sua verdadeira preferência em relação ao equilíbrio fiscal, e isso pesa mais do que discursos.Evolução da Percepção do MercadoO mercado é composto por uma miríade de agentes. Inicialmente, sem muitas informações, todos acreditam na preferência declarada do governo. Ou, pelo menos, não estão tão convictos de uma preferência oculta, pois ela ainda não foi revelada. Antes da posse, Lula tinha um histórico de dois governos fiscalmente responsáveis, embora, em detalhes, não tenha sido tão responsável assim. Mas estava longe de ser um desastre, como foi o governo de sua sucessora.Mudança de ExpectativasNo entanto, com o passar do tempo, os agentes econômicos substituem a preferência declarada pela preferência revelada, até que aqueles que confiam mais em seus olhos do que nas palavras do governo se tornam maioria. Nesse ponto, discursos perdem efeito. E é nesse contexto que deve ser analisada a “ameaça” de Haddad. O recado é: antes de apostar contra, saiba que podemos cortar gastos de verdade. O problema é que, à medida que a preferência do governo já foi revelada, declarações de intenção perdem seu efeito.Possível Novo PacoteDada a reação dos mercados, é possível que surja outro “pacote de corte de gastos”, que será discutido “muito seriamente” dentro do governo. Mas Haddad deve estar ciente de que a “paciência marginal” do mercado, adaptando outro conceito microeconômico, é decrescente.ConclusãoA situação exposta por Haddad revela a fragilidade da confiança do mercado nas ações do governo. É essencial que o governo Lula adote medidas concretas e eficazes para restaurar a credibilidade fiscal e econômica do país.
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