Uma mulher confrontou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta sexta-feira (21) após o parlamentar afirmar que não existem exilados políticos no Brasil (veja abaixo).
Após o discurso do deputado durante um evento para as mulheres do Republicanos, em Brasília, a senhora, que se identificou como Teresa Elvira Vale, tentou subir ao palco para se aproximar de Motta, mas foi impedida pela equipe de segurança.
Enquanto era retirada do local, ela se disse mãe de um “exilado político” que passou sete meses preso no Complexo Penitenciário da Papuda por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Segundo a mulher, ao ser liberado, o filho, que é psicólogo infantil, fugiu para não ser condenado.
Teresa afirmou ainda que sua intenção inicial era ser “acolhida” pela senadora Damares Alves (Republicanos), que preside a Comissão de Direitos Humanos do Senado, de quem se disse fã. Mas, ao ver Motta, a mulher decidiu confrontá-lo e pressionar pela anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.
Eu quis que ele me visse. Eu não estou num partido de mulher? Que fala que abraça mulher? Que acolhe mulher? Que luta pela mulher? E como é que eles não estão ainda decididos a lutarem pela anistia?”, questionou.
Na última quarta-feira (19), durante uma sessão solene da Câmara pelos 40 anos da redemocratização brasileira, Motta disse que, atualmente, não existem mais perseguições políticas ou exilados políticos no Brasil.
“Nos últimos 40 anos, não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático, não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força, não tivemos perseguições políticas, nem presos, nem exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, declarou o presidente da Câmara.