O ano de 2024 vai chegando ao fim com mais de 120 milhões de pessoas deslocadas no mundo por guerras, perseguições, violências e violações de direitos humanos. E um componente tem se tornado cada vez mais presente nestes contextos: refugiados de mudanças climáticas.
“Para as pessoas em situação de maior vulnerabilidade do mundo, as mudanças climáticas são uma realidade dura que afeta profundamente suas vidas. A crise climática está impulsionando o deslocamento em regiões que já abrigam muitas pessoas deslocadas, agravando sua situação e deixando-as sem local seguro”, reforça o Alto Comissário do ACNUR, Filippo Grandi.
É por isso que a Agência da ONU Para Refugiados (ACNUR) lançou neste ano o primeiro relatório sobre o tema: Sem Escapatória – Na linha de frente das mudanças climáticas, conflitos e deslocamento foçado. O assunto deve nortear o planejamento estratégico e ações em situações de emergência, proteção e inclusão da população refugiada no mundo. E em 2025, o Brasil deve estar no centro do debate com a COP 30 sediada em Belém (PA).
Além deste relatório, o ACNUR lançou outros documentos sobre as tendências globais relacionadas aos deslocamentos forçados e o acesso à educação da população refugiada. Em uma análise retrospectiva sobre os principais temas trabalhados pelo ACNUR Brasil em 2024, um arquivo disponível neste link lista as principais iniciativas desenvolvidas e principais coberturas, ao longo deste ano.
Refugiados do clima
“Já são mais de 120 milhões de pessoasdeslocadas no mundo por guerras, perseguições,violências e violações de direitos humanos. E umcomponente tem se tornado cada vez maispresente nestes contextos: mudanças climáticas.” Assim começa o relatório de retrospectiva.
O alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, destacou a questão dos refugiados do clima. “Para as pessoas em situação de maiorvulnerabilidade do mundo, as mudançasclimáticas são uma realidade dura queafeta profundamente suas vidas. A crise climática está impulsionando odeslocamento em regiões que jáabrigam muitas pessoas deslocadas,agravando sua situação e deixando-assem local seguro”, disse.
Comunicação e resposta
Outro ponto de destaque do relatório é a importância de comunicações e imprensa eficientes como serviços essenciais. “2024 deixou ainda mais evidente que a comunicação é serviço essencial,especialmente em situações de emergência. Para além de trazer dados einformações precisas, apoiar a população em relação ao que deve ser feito,valorizar iniciativas importantes e garantir que vozes diversas tenham espaçode fala, os profissionais de comunicação estão há alguns anos com umadesafiadora missão: combater desinformação e fake news”, informa o relatório.
“Na catástrofe no Rio Grande do Sul não foi diferente. Em meio à mobilizaçãode todos os atores e solidariedade da sociedade civil, ainda se feznecessário combater a enxurrada de notícias falsas geradas para confundir eenviesar a população, para reforçar preconceitos, xenofobia, discursos deódio. A comunicação responsável e ética é fundamental, especialmente notrabalho humanitário, pois mitiga riscos e pode salvar vidas”, completa.
Com informações da ACNUR