São Paulo – O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, deve retomar as operações somente em dezembro deste ano, no cenário mais otimista. A concessionária Fraport divulgou a informação nesta segunda-feira (3) durante encontro com representantes do governo federal e deputados gaúchos. Eles participaram de uma vistoria nas instalações do terminal que completou um mês fechado em função das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.
Desse modo, a CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal, afirmou que a empresa vem atuando junto ao governo federal para acelerar a retomada do aeroporto. “Estamos fazendo a nossa parte com diversas atividades já iniciadas. Se os impactos forem menores do que os previstos inicialmente, vamos torcer para que o aeroporto esteja disponível para o final do ano”.
Com a diminuição das águas, a concessionária informou que começou hoje o processo de limpeza da pista. Ao mesmo tempo, também iniciaram testes e sondagens para avaliação da resistência do solo. Uma parte da pista, no entanto, ainda permanece alagada.
Em nota, a Fraport afirmou que “ainda não é possível detalhar o valor total dos danos”, nem quais equipamentos terão que trocar ou reparar no Salgado Filho. De acordo com o jornal Zero Hora, a concessionária prevê que a retomada das operações custaria R$ 300 milhões. Desse total, R$ 45 milhões apenas para aquisição de equipamentos, a maioria de origem importada.
Sala de situação
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, participou da vistoria e da reunião. Nesse sentido, ele anunciou a criação de uma “sala permanente” para acompanhar a situação do aeroporto.
“Nós estamos concluindo aqui uma etapa muito importante desse trabalho. Chamamos a Anac, Ministério dos Portos, governo do estado, MP e a empresa concessionária do Salgado Filho para tomarmos ciência de quais medidas foram adotadas pela empresa desde o início desse desastre”, ressaltou o ministro.
“A partir dessa semana, começa com força todo o trabalho de limpeza, sondagem e é uma prioridade acompanhar e, no menor tempo possível, fazer com que esse aeroporto possa voltar a funcionar, porque é estratégico para a logística e economia do Rio Grande do Sul”, acrescentou.
Pimenta comentou o pedido feito pela Fraport à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de renegociação dos termos do contrato de concessão do aeroporto. “Isso não pode ser um impeditivo para que o trabalho seja acelerado, que ele avance, limpeza, sondagem, reconstrução. Nada pode ser impeditivo que atrase ainda mais aquilo que para nós é estratégico e fundamental”.
Com o fechamento do Salgado Filho, a Fraport passou a operar voos comerciais na base aérea militar de Canoas. Na semana passada, o Ministério dos Portos e Aeroportos anunciou que o número de voos vai dobrar a partir de 10 de junho, de 35 para 70 por semana. Em média, serão 10 voos por dia. Além disso, o aeroporto de Florianópolis também passou a receber mais voos, com uma conexão de ônibus até a cidade de Osório, no litoral norte gaúcho.