Um levantamento da plataforma digital Torabit que analisou postagens de parlamentares entre os dias 1° e 15 de janeiro deste ano apontou que políticos de esquerda fizeram mais postagens relacionadas à regra da Receita Federal que ampliava o monitoramento de transações financeiras, em especial o Pix, mas que foi a direita quem mais engajou o público das redes sociais nesse período com o tema.
Segundo a análise, que monitorou 815 publicações de integrantes da Câmara e 135 postagens de senadores, o debate ficou dividido principalmente entre políticos do PT, que defendiam a medida da Receita Federal, e do PL, que criticavam a norma. As duas siglas, juntas, concentraram mais da metade das publicações sobre o “monitoramento do Pix”.
Na Câmara, os governistas registraram um volume maior de postagens, com 296 das 815 publicações. Porém, o engajamento foi liderado pela direita, que teve oito dos dez perfis com mais interações sobre o assunto. O destaque foi o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que publicou um vídeo no dia 13 de janeiro criticando o monitoramento. Até esta quarta-feira (22), o registro tem 324 milhões de visualizações.
No Senado, por outro lado, foi o PL quem falou mais sobre o tema, com 55 dos 135 posts analisados. Em relação ao engajamento, o domínio foi ainda maior da direita na Casa Alta, com nove dos dez perfis com mais interações sobre o tema concentrados nesse lado do espectro político, tendo parlamentares como Cleitinho (Republicanos-MG), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES) como destaques.
Com a ampla repercussão negativa da medida da Receita Federal, o governo revogou a normativa no dia 15 de janeiro. Na ocasião o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que “pessoas inescrupulosas distorceram o ato normativo da Receita Federal, prejudicando muita gente no Brasil, causando pânico, principalmente na população mais humilde”.