Presidente nacional do PT culpou o Banco Central por ‘juros estratosféricos’, mas foi lembrada de que decisão foi unânimeA presidente nacional do PT e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, novamente criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de aumentar a taxa de juros.
Para ela, o reajuste da Selic para 11,25% é uma “sabotagem à economia do país e eleva ainda mais os juros estratosféricos”. “Irresponsabilidade total com um país que precisa e quer continuar crescendo”, escreveu.
Logo depois, o Twitter/X acrescentou uma nota de correção, ao incluir contexto ao post de Gleisi. O texto lembra que a decisão do Copom foi adotada de “forma unânime por todos os membros do comitê”. “Inclusive o atual indicado do governo para assumir a presidência do Banco Central, Gabriel Muricca Galipolo, votou a favor”.
A última quarta-feira, 6, foi marcada por uma reunião do Copom que resultou na decisão de elevar a taxa de juros em 0,5 ponto porcentual. Este é o aumento mais expressivo desde maio de 2022, em resposta à crescente inflação.
Nos últimos meses, a inflação acelerou e os analistas de mercado preveem um índice anual em 2024 que ultrapassa o limite da meta, de 4,5%. Em parte, isso é resultado do excesso de gastos do governo Lula e da falta de uma “política fiscal sólida”.
“O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos”, informou a nota do Copom.
O governo segue afirmando que apresentará um plano de corte de gastos nesta semana.
Desde o início do mandato de Lula, críticas incessantes à taxa de juros têm sido levantadas por ele e seus associados, com pressão para sua redução. O principal objeto dessas críticas é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que se despedirá de seu cargo ao final deste ano. Selecionado ainda na administração de Jair Bolsonaro, Campos Neto manteve-se no cargo devido a seu mandato e estabilidade.
Lula já escolheu Galípolo para substituir Campos Neto. O futuro presidente do BC também votou, na quarta-feira, a favor de elevar os juros.
A trajetória da taxa de jurosEm julho de 2023, a Selic estava fixada em 13,75% ao ano. Desde então, o Banco Central diminuiu essa taxa e a estabilizou em 10,5% em junho de 2024. A elevação em setembro representou o primeiro reajuste sob a administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Este representa o segundo aumento seguido.
Já era previsto pelo mercado esse ajuste e a expectativa é de que a taxa atinja 11,75% até o final de 2024, de acordo com o “Relatório Focus” do Banco Central. Ainda estão sendo analisados pelo órgão os fatores internos que poderiam influenciar a inflação.As informações são da Revista Oeste.