Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, pelo arquivamento do inquérito que o investiga por desvio de peças de luxo recebidas durante o mandato à frente da presidência da República. A análise da manifestação protocolada na Corte caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que é relator do processo. A informação foi publicada pelo “Uol”,
A equipe de defesa cita como argumento pelo arquivamento da ação que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é dono de um relógio Piaget, avaliado em R$ 80 mil, e de um Cartier de R$ 60 mil recebido como presente durante o primeiro mandato à frente da presidência. Os advogados pedem que Bolsonaro seja tratado como Lula, e, portanto, que seja arquivado o inquérito.
Eles argumentam, ainda, que a equipe de Bolsonaro consultou o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) antes de incorporar ao próprio acervo as peças presenteadas pelo príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, ministro da Energia da Arábia Saudita. O conjunto é composto por três relógios, um colar de diamantes, dois rosários, um par de brincos e um par de abotoaduras.
Se o ministro Alexandre de Moraes rejeitar o pedido, os advogados pedem, ainda, que o caso retorne à Justiça Federal em Guarulhos, em São Paulo, onde começou a investigação em primeira instância. A defesa quer impedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) atue no caso.
Sigilo quebrado. Moraes derrubou, no mês passado, o sigilo do caso das joias e deu um prazo de 15 dias para a PGR se manifestar sobre o inquérito concluído pela Polícia Federal (PF). O relatório final da investigação sugere o indiciamento de Bolsonaro e de outras 11 pessoas pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.