O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu Gilberto Waller Júnior como o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A nomeação foi anunciada pelo Palácio do Planalto e publicada em edição extra do Diário Oficial desta quarta-feira (30/4). A decisão foi tomada após discussões internas no governo, destacando a intervenção direta de Lula na escolha do novo chefe da autarquia.
A escolha de Waller Júnior foi vista como uma busca por um perfil técnico, capaz de lidar com questões internas do INSS, especialmente no combate a fraudes. O novo presidente do INSS possui uma sólida formação acadêmica e experiência em gestão pública, o que foi um fator determinante para sua nomeação.
Por que Lula escolheu Gilberto Waller Júnior?
Novo presidente do INSS tem pós em combate à corrupção. Gilberto Waller Júnior é servidor desde 1998 com passagens por INSS, CGU e AGU. ➡️Assista ao #J10 na #GloboNews: https://t.co/yAMjf4cw3V pic.twitter.com/QvqsicMfwK— GloboNews (@GloboNews) May 1, 2025
O presidente Lula optou por um nome com ampla experiência em gestão e auditoria, além de conhecimento técnico na área previdenciária. Gilberto Waller Júnior possui pós-graduação em Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, o que o torna apto a enfrentar os desafios de fraudes que o INSS tem enfrentado.
A decisão de Lula de escolher pessoalmente o novo presidente do INSS, sem a participação do ministro da Previdência, Carlos Lupi, indica a importância que o governo atribui à liderança do órgão. O objetivo é fortalecer o combate a irregularidades e garantir a eficiência na gestão dos recursos previdenciários.
Qual é o histórico profissional de Gilberto Waller Júnior?
Gilberto Waller Júnior iniciou sua carreira no serviço público como procurador do INSS em 1998. Desde então, ocupou cargos importantes, como corregedor-geral do INSS e subprocurador-geral do INSS. Sua trajetória profissional é marcada por atuações em órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União, onde foi ouvidor-geral e corregedor-geral.
Atualmente, Waller Júnior é corregedor da Procuradoria-Geral Federal, parte da Advocacia Geral da União (AGU). Sua experiência em combate à corrupção e auditoria interna foi crucial para sua escolha como presidente do INSS, em um momento em que o órgão enfrenta desafios significativos relacionados a fraudes.
Gilberto Waller Júnior – Foto: © CGU/Divulgação
Corregedor da Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU) – cargo que ocupa atualmente.
Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – nomeado em 30 de abril de 2025.
Na Controladoria-Geral da União (CGU):
Ouvidor-Geral da União (março de 2016 a janeiro de 2019).
Corregedor-Geral da União (2019 a 2023).
Anteriormente no INSS:
Corregedor-Geral (2001-2004).
Subprocurador-Geral (2007-2008).
É procurador federal.
Possui mais de 26 anos de experiência na Advocacia-Geral da União.
É formado em ciências jurídicas e sociais e especialista em combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
Quais são os desafios enfrentados pelo INSS?
O INSS tem enfrentado problemas relacionados a fraudes e descontos indevidos nos contracheques de aposentados. A nomeação de Gilberto Waller Júnior visa enfrentar esses desafios, trazendo uma abordagem técnica e focada em auditoria e combate à corrupção.
O governo espera que, sob a liderança de Waller Júnior, o INSS possa implementar medidas eficazes para prevenir fraudes e garantir a integridade dos recursos previdenciários. A experiência do novo presidente em gestão e auditoria é vista como um trunfo para alcançar esses objetivos.
1. Fraudes Bilionárias:
A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2025, revelou um esquema bilionário de desvio de recursos de aposentados e pensionistas do INSS.
A Controladoria-Geral da União (CGU) já havia alertado o INSS sobre as fraudes sete meses antes da operação.
Investigações apontam para descontos indevidos nos benefícios para financiar sindicatos e associações, com indícios de enriquecimento ilícito por parte dos envolvidos.
O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo sob suspeita de ter facilitado o esquema.
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, nega omissão e afirma que o INSS está colaborando com as investigações.
Há um debate sobre a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar o caso.
2. Greve dos Médicos Peritos:
Uma longa greve dos médicos peritos do INSS, que durou 235 dias e terminou em abril de 2025, causou transtornos significativos no agendamento e realização de perícias, afetando milhares de segurados.
A greve foi motivada pela reivindicação do cumprimento de um acordo de 2022.
O governo federal chegou a cortar o ponto dos grevistas, o que gerou ainda mais tensão.
O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a ser acionado para apurar possíveis abusos no movimento grevista.
3. Problemas no Atendimento e Instabilidade do Sistema:
Segurados frequentemente relatam dificuldades no atendimento presencial, com longas filas e espera.
A plataforma online Meu INSS também apresenta instabilidade, com erros de acesso, falhas no carregamento de dados e indisponibilidade do sistema.
Esses problemas dificultam a solicitação de benefícios, o acompanhamento de processos e a realização de outros serviços online.
Qual o impacto da nomeação no futuro do INSS?
A nomeação de Gilberto Waller Júnior é um passo estratégico para fortalecer a gestão do INSS e combater irregularidades. Com sua experiência e formação, espera-se que ele implemente políticas eficazes para proteger os direitos dos aposentados e assegurar a transparência na administração dos recursos.
O governo de Lula demonstra, com essa escolha, um compromisso com a eficiência e a integridade no setor previdenciário, buscando recuperar a confiança pública no INSS e garantir que os benefícios cheguem a quem realmente precisa.
