O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou,hoje (22), preocupação com uma nova onda de violência contra palestinos na Cisjordânia. Após o cessar-fogo frágil na Faixa de Gaza, o governo sionista de Israel passou a matar civis em outra região palestina. Relatos apontam que colonos de assentamentos israelenses e forças de segurança de Israel estaão envolvidos nos incidentes, que incluem ataques, confinamento de comunidades inteiras e o fechamento de postos de controle.
Segundo a ONU, é essencial que todas as partes respeitem o direito internacional, destacando a obrigação de Israel de desmantelar assentamentos e pôr fim à presença ilegal no território palestino. Em Gaza, Israel matou mais de 46 mil pessoas. Mais de 60% mulheres e crianças, maioria absoluta de civis.
Violência de Israel
O Escritório de Direitos Humanos denunciou o fechamento completo de postos de controle na Cisjordânia e a instalação de portões que isolaram comunidades inteiras, afetando milhares de palestinos. As restrições, que cortam o acesso de crianças às escolas e impedem moradores de chegarem ao trabalho, abrangem áreas como Hebron, Jericó, Tulkarm, Nablus e Qalqilya.
Na última semana, ataques violentos em cidades como Sinjil, Turmus’ayya e Qalqilya deixaram dezenas de feridos e resultaram em danos materiais significativos. Em Sinjil, seis palestinos, incluindo três adolescentes de 14 a 16 anos, ficaram feridos após colonos incendiarem casas, veículos e lançarem pedras.
Mortes de civis
As forças de segurança israelenses também foram responsabilizadas por mortes de civis na Cisjordânia. Na cidade de Sebastia, Nablus, um adolescente palestino de 14 anos foi morto a tiros no peito por soldados israelenses, apesar de estar desarmado e sem oferecer resistência. Já em Jenin, ataques aéreos e operações militares resultaram em mais mortes, incluindo membros de equipes médicas.
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) alertou para o impacto devastador dessas ações sobre a população local, enfatizando a necessidade de proteger civis e evitar abusos de força.
Direitos humanos sob ameaça
Além dos episódios de violência, há denúncias de restrições a jornalistas que cobriam a libertação de palestinos detidos. O Escritório de Direitos Humanos reafirmou que é dever de Israel, como potência ocupante, garantir a segurança dos palestinos e permitir que exerçam seus direitos fundamentais, incluindo liberdade de expressão, reunião e movimento.
A nota também pede investigações sobre todas as violações, com responsabilização dos autores. A ONU reforçou a necessidade de adesão estrita às regras internacionais sobre o uso da força, exigindo o fim imediato de assassinatos ilegais e ações desproporcionais contra palestinos.
Preocupações internacionais
O aumento das operações israelenses na Cisjordânia e os planos de expansão dos assentamentos geram apreensão não apenas entre os palestinos, mas também na comunidade internacional. A ONU destacou que tais medidas agravam ainda mais as tensões na região, prejudicando qualquer perspectiva de solução pacífica.
Em um apelo final, o Escritório de Direitos Humanos reiterou que o cumprimento das normas internacionais é crucial para evitar mais derramamento de sangue e promover uma convivência pacífica entre israelenses e palestinos.
O cessar-fogo em Gaza
O acordo foi inicialmente anunciado na última quarta-feira (16) e recebeu apoio internacional, incluindo uma declaração de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos. No entanto, um dia depois, o governo israelense divulgou mentiras de que o Hamas tentou minar o processo com exigências adicionais. Prontamente, o grupo radical armado desmentiu a narrativa sionista. Apesar das acusações, ambas as partes retomaram as negociações e conseguiram evitar o fracasso do pacto.
Entre o primeiro anúncio e a confirmação desta sexta-feira, Israel continuou a fazer vítimas. Em apenas 24 horas, 87 palestinos foram mortos, incluindo 21 crianças e 25 mulheres, transformando celebrações iniciais em luto.