Ano novo chegando, e com ele, aquelas promessas de fim de ano. Se você adicionou “ler mais livros” na sua lista de planos para 2025, pegue papel e caneta e anote alguns bons títulos para você começar suas leituras bem acompanhado!
Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva
Inspiração por trás do filme de mesmo nome pré-indicado ao Oscar 2025, Ainda Estou Aqui retrata a história de sua mãe, Eunice Paiva. Tendo sido uma mulher de muitas vidas, Eunice foi casada com o deputado Rubens Paiva, cassado e exilado em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, sendo torturado e morto. Em meio à dor, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmeras.
Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento obscuro da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971.
Veja na Companhia das Letras
Amoras, de Emicida
Na música Amoras, Emicida canta: “Que a doçura das frutinhas sabor acalanto/ Fez a criança sozinha alcançar a conclusão/ Papai que bom, porque eu sou pretinha também”. E é a partir desse rap que um dos artistas brasileiros mais influentes da atualidade cria seu primeiro livro infantil e mostra, através de seu texto e das ilustrações de Aldo Fabrini, a importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos — desde criança e para sempre.
Veja na Companhia das Letras
O avesso da pele, de Jeferson Tenório
Vencedor do Prêmio Jabuti 2021, O avesso da pele é a história de Pedro, que, após a morte do pai, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos.
O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade. Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente corajosas da literatura brasileira contemporânea.
Veja na Companhia das Letras
O Capital Para Crianças, de Joan R. Riera
Lançado na ocasião da celebração ao bicentenário de Karl Marx em 2018, O capital para crianças, tem o intuito de apresentar as ideias do filósofo alemão aos pequenos. O livro explica de forma acessível e divertida a obra mais importante do filósofo alemão e suas contribuições para a história, para a política e para a sociedade.
Veja na Boitempo Editorial
Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
Em Cem anos de solidão, um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
Em nenhum outro livro, García Márquez empenhou-se tanto para alcançar o tom com que sua avó materna lhe contava os episódios mais fantásticos sem alterar um só traço do rosto. Assim, ao mesmo tempo em que a incrível e triste história dos Buendía pode ser entendida como uma autêntica enciclopédia do imaginário, ela é narrada de modo a parecer que tudo faz parte da mais banal das realidades.
Leia a resenha na TVT News
Chomsky & Mujica: Sobrevivendo ao século XXI, de Saúl Alvídrez
Duas referências mundiais do pensamento contemporâneo se reúnem em Chomsky & Mujica: sobrevivendo ao século XXI para conversar sobre questões transcendentais que afetam a humanidade e debater alternativas para o futuro. De um lado, José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai e ex-guerrilheiro que alcançou enorme popularidade internacional pregando a austeridade, a sabedoria e o bom senso. Do outro lado, Noam Chomsky, o intelectual e ativista estadunidense que revolucionou a linguística e se dedica a temas humanísticos e filosóficos do nosso tempo. O documentarista mexicano Saúl Alvídrez reuniu os dois pela primeira vez, criando o clima propício para uma frutífera troca de ideias.
Do encontro dessas vozes, surgem reflexões que permitem uma aproximação das grandes questões que o mundo está enfrentando: as consequências das mudanças climáticas, os males da política, a corrupção, o populismo, a crise do capitalismo e as suas sucessivas mutações, a lógica da economia de mercado e os problemas de produção, entre muitas outras.
Diante da ameaça de um colapso civilizacional e das alternativas contraditórias da esquerda, Chomsky & Mujica apontam os valores que devemos priorizar para avançarmos em direção a uma mudança sustentável: a democracia, a liberdade, a vida com propósito, o amor e a amizade como pilares a partir dos quais um novo rumo pode ser construído.
Veja no Grupo Editorial Record
Como enfrentar o ódio: A internet e a luta pela democracia, de Felipe Neto
Ainda em 2009, Felipe Neto se tornou um fenômeno da internet no país. Seu conteúdo, agressivo mas bem-humorado, se direcionava inicialmente às tendências da época, mas logo se voltou também à política, em especial ao governo do Partido dos Trabalhadores (PT). No entanto, com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, a crescente aproximação da extrema direita ao poder e o recrudescimento de discursos de ódio contra minorias, Felipe passou a questionar suas convicções.
Em Como enfrentar o ódio, ele retrata seu processo de tomada de consciência política — tão semelhante ao de milhões de brasileiros — e o papel do ódio em sua vida, primeiro como força propulsora de sua carreira e depois como ferramenta de que ele próprio se tornou vítima, em especial durante o governo de Jair Bolsonaro. Entrelaçando sua história aos principais acontecimentos dos últimos quinze anos e oferecendo uma perspectiva única sobre a internet e seu papel na manipulação dos usuários, Felipe nos convida a usar a boa comunicação para combater o obscurantismo, o retrocesso e o ódio que assola a sociedade.
Veja na Companhia das Letras
Em agosto nos vemos, de Gabriel García Márquez
Livro inédito e póstumo de Gabriel García Márquez, Em agosto nos vemos traz a história de Ana Magdalena Bach, que todo mês de agosto viaja para uma ilha caribenha para colocar flores no túmulo de sua mãe. A vida de Ana Magdalena muda para sempre após uma noite de paixão fugaz, que a faz ansiar por cada mês de agosto para desfrutar de uma liberdade até então desconhecida. O premiado autor e jornalista colombiano apresenta um romance extraordinário, que faz um retrato de uma mulher à beira da descoberta.
Veja no Grupo Editorial Record
Eu Me Lembro, de Selton Mello
Eu Me Lembro celebra quatro décadas da carreira do ator e diretor Selton Mello, trazendo memórias da família, dos amigos e a profundidade da relação do ator e diretor com a arte. A trajetória é narrada em primeira pessoa, em resposta a uma série de perguntas feitas por um time de 40 estrelas da TV, teatro, cinema e literatura.
Fernanda Torres e sua mãe, Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, o diretor Guel Arraes, Lázaro Ramos, Marjorie Estiano, Jeferson Tenório e Fábio Assunção são alguns dos nomes que ajudam a revelar um Selton de coração aberto: a carreira consolidada, suas dores, alegrias e uma história repleta de encontros de alma.
Leia a resenha na TVT News
A hora da estrela, de Clarice Lispector
Pouco antes de morrer, em 1977, Clarice Lispector decide se afastar da inflexão intimista que caracteriza sua escrita para desafiar a realidade. O resultado desse salto na extroversão é A hora da estrela, o livro mais surpreendente que escreveu. Se desde Perto do coração selvagem, seu romance de estreia, Clarice estava de corpo inteiro, todo o tempo, no centro de seus relatos, agora a cena é ocupada por personagens que em nada se parecem com ela.
A nordestina Macabéa, a protagonista de A hora da estrela, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera.
Veja na Rocco
Kuján e os meninos sabidos, de Ailton Krenak e Rita Carelli
O ativista Ailton Krenak se junta a Rita Carelli em sua estreia na literatura infantil com Kuján e os meninos sabidos. Na história, o “criador” volta à Terra como um “kuján” — um tamanduá na língua indígena krenak —, para ver como suas criaturas estão. Ao chegar, é caçado para uma festa na aldeia, sendo salvo por Roti e Cati, os dois meninos sabidos. A trama se desenrola a partir daí: o que será que o “criador” achou da sua recepção? Com texto de Ailton Krenak e artes de Rita Carelli, o livro nos convida a refletir sobre as nossas atitudes enquanto humanidade numa divertida narrativa.
Veja na Companhia das Letras
Machismo, identidade e novos modelos de masculinidade, de Alexandre Barbosa, Claudicélio Rodrigues, Deribaldo Santos e Valéria Lourenço
Lançado pela Fundação Demócrito Rocha, o livro Machismo, identidade e novos modelos de masculinidade, discute o machismo na sociedade e novas perspectivas de masculinidade. A violência policial, a homofobia, o machismo nos espaços corporativos e a luta contra a misoginia são alguns dos temas abordados na obra. Com organização dos ensaios por Lia Leite e autoria coletiva de Alexandre Barbosa, Claudicélio Rodrigues da Silva, Deribaldo Santos e Valéria Lourenço, o livro oferece uma oportunidade de observar a sociedade em retrospecto e com distanciamento, em busca de uma transformação da misoginia já comum na vida cotidiana.
Leia a resenha na TVT News
Marielle e Monica: Uma história de amor e luta, de Monica Benicio
Monica Benicio, viúva da vereadora Marielle Franco, assassinada em emboscada em 2018, conta pela primeira vez a história de amor vivida pelo casal por mais de 10 anos. Monica relembra como sua vida mudou após conhecer Marielle, e como de uma amizade, surgiu uma história de amor, luta e resistência, perpassada pela história pessoal de Monica e a trajetória política de Marielle.
Veja no Grupo Editorial Record
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Publicado em 1881, Memórias póstumas de Brás Cubas surpreendeu a sua época com as lembranças fragmentárias de um improvável narrador defunto que, depois de morto, decide celebrar o grande fracasso que foi a sua vida. Assim, encaramos na obra, como afirma Geovani Martins, a figura deste herdeiro como um “fracassado de sucesso”, cujos privilégios, mesmo com sua escancarada mediocridade, se mantém às custas da exploração dos outros. Não à toa, essa mesma mentalidade senhorial retratada ressoa nos gritos de protesto das elites que esbravejam contra a garantia de direitos às trabalhadoras domésticas no século XXI.
Veja na Companhia das Letras
Mulheres, Raça e Classe, de Angela Davis
Profundamente analítico, traça as interseções de raça, classe e gênero na luta contra opressões. A autora desafia visões simplistas, expondo a centralidade das mulheres negras. Sua crítica à esquerda ortodoxa e reflexões sobre representatividade são atuais.
Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. Além disso, a autora mostra a necessidade da não hierarquização das opressões, ou seja, o quanto é preciso considerar a intersecção de raça, classe e gênero para possibilitar um novo modelo de sociedade.
Veja mais na Boitempo Editorial
Nada mais será como antes, de Miguel Nicolelis
O neurocientista Miguel Nicolelis estreia na ficção científica com Nada mais será como antes, que mistura cientistas, políticos, figuras históricas e personagens inventados numa narrativa em que o mundo como conhecemos começa a colapsar pela contínua destruição do meio ambiente, e os protagonistas, um matemático e uma neurocientista, tio e sobrinha, precisam lidar com dilemas pessoas e a possível ruína do planeta.
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Olhos D’Água, de Conceição Evaristo
Em Olhos d’água, Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida? Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”.
Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.
Veja na Pallas Editora
Pegadas no rio, sombras no tempo, de Matheus Serva Pereira, Silvio de Almeida Carvalho Filho e Washington Nascimento
Resultado dos trabalhos do grupo de pesquisa Áfricas: Sociedade, Política e Cultura (Uerj-CNPq), este livro nos convida a conhecer biografias, histórias de vida e trajetórias de personagens pouco abordadas na historiografia africana, contribuindo para problematizar não só as grandes narrativas ocidentais como o próprio exercício de construção histórica. Nesse sentido, nos lembra que também o ato de narrar a África por africanos sempre está atravessado por disputas de poder e entrelaçado em contextos políticos, sociais e culturais específicos, que não podem ser desconsiderados.
Os textos reunidos abarcam um vasto período (da antiga civilização cuxita, no Sudão do século I AEC, ao Moçambique do século XXI) e nos levam a percorrer diferentes regiões da África, explorando temas como o papel do feminino, a formação de elites locais, racismo, resistência, emancipação, construção de heróis e nacionalismo, entre outros. A diversidade de personagens, escolhidas por seu protagonismo em diferentes contextos, dá visibilidade às muitas camadas do que significa ser africano.
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Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
Do diário de Carolina Maria de Jesus surgiu este autêntico exemplo de literatura-verdade, que relata o cotidiano triste e cruel de uma mulher que sobrevive como catadora de papel. Com uma linguagem simples, mas contundente e original, a autora comove o leitor pelo realismo e pela sensibilidade na maneira de contar o que viu, viveu e sentiu durante os anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com seus três filhos.
Ao ler este relato, você vai acompanhar o duro dia a dia de quem não tem amanhã. E vai perceber com tristeza que, mesmo tendo sido escrito na década de 1950, este livro jamais perdeu sua atualidade.
Carolina Maria de Jesus foi catadora de papel e viveu na favela do Canindé. Apaixonada por livros, ela alimentava sonhos e desabafava a sua triste realidade nas folhas encardidas de seus cadernos, que, mais tarde, tornaram-se públicas por meio desta obra única.
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Salvar o fogo, de Itamar Vieira Junior
Neste novo romance, Itamar Vieira Junior se reafirma como um dos maiores contadores de histórias da língua portuguesa. Em Salvar o fogo, o autor baiano constrói uma narrativa em que nos tornamos íntimos de seus personagens e nos comovemos com suas trajetórias tão particulares. O centro da trama é ocupado por Luzia do Paraguaçu, mais uma de suas criações inesquecíveis ― uma mulher que busca na coragem o caminho para ultrapassar as maiores injustiças.
Órfão de mãe, Moisés encontra afeto em Luzia, estigmatizada entre a população por seus supostos poderes sobrenaturais. Para ganhar a vida, ela se torna a lavadeira do mosteiro da região e passa a experimentar uma vida de profundo sentido religioso, o que a faz educar Moisés com extrema rigidez.
Épico e lírico, com o poder de emocionar, encantar e indignar o leitor, Salvar o fogo nos mostra que os fantasmas do passado de uma família muitas vezes não se distinguem das sombras do próprio país. Com maestria, Itamar Vieira Junior mescla a trajetória íntima de seus personagens com traços da vida brasileira. Uma trama permeada de traumas do colonialismo, que permanecem vivos, como uma ferida que se mantém aberta.
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Sempre Paris – crônica de uma cidade, seus escritores e artistas, de Rosa Freire d’Aguiar
Durante os anos 1970 e 1980, Rosa Freire d’Aguiar trabalhou como correspondente internacional em Paris. Os restaurantes mais badalados da época, a chegada do primeiro avião comercial supersônico, a devolução do deserto do Sinai ao Egito, tudo que dizia respeito a cultura e política internacional virava notícia, que era rapidamente despachada por telex para o Brasil. E, claro, as longas entrevistas, que marcaram a era de ouro das publicações impressas.
Com um texto saboroso, na melhor tradição do jornalismo literário, a autora reconstitui a atmosfera fervilhante que dominava a cidade — dos cafés e livrarias até os embates sociais e políticos que permeavam o dia a dia dos franceses.
A obra foi premiada na categoria Livro do Ano do 66º Prêmio Jabuti, em 2024.
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Torto Arado, de Itamar Vieira Junior
Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
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Tudo é rio, de Carla Madeira
Tudo é rio é o livro de estreia de Carla Madeira. Com uma narrativa madura, precisa e ao mesmo tempo delicada e poética, o romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.
A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui ora intensa, ora mais branda de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato, com a habilidade que só os melhores escritores possuem.
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A vegetariana, de Han Kang
“Eu tive um sonho”, diz Yeonghye, e desse sonho de sangue e escuros bosques nasce uma recusa radical: deixar de comer, cozinhar e servir carne. É o primeiro estágio de um desapego em três atos, um caminho muito particular de transcendência destrutiva que parece infectar todos à sua volta. A vegetariana tem sido apontado como um dos livros mais importantes da ficção contemporânea. Uma história sobre rebelião, tabu, violência e erotismo escrita com a clareza atordoante das melhores e mais aterradoras fábulas. A tradução, diretamente do coreano, restitui o estranhamento do original.
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Vidas impressas: Intelectuais negras e negros na escravidão e a liberdade, de Iamara Viana e Flávio Gomes
Durante a escravidão e as primeiras décadas do pós-abolição, diversos homens e mulheres que atuavam como jornalistas, advogados, artistas, padres, médicos, engenheiros, poetas, escritores e educadores pensaram e escreveram sobre o Brasil. Essa produção, na maioria das vezes invisibilizada pelo racismo, propôs utopias, criticou as desigualdades e refletiu sobre diversas dimensões da vida pública brasileira. Este livro visa jogar luz sobre o pensamento e as ações desses intelectuais negros e negras. Que estratégias utilizaram para se fazer reconhecidos? Que caminhos tiveram de trilhar para burlar um sistema opressor, que buscava apagá-los da história?
Nesta obra, que reúne pesquisadores de todo o Brasil, o leitor encontrará interpretações originais sobre personagens negras e negros dos séculos XIX e XX e sobre suas contribuições em diversos campos. Do conhecidíssimo Luiz Gama ao primeiro beato negro do Brasil, passando por nossa primeira médica negra e por uma de nossas maiores escritoras, os textos aqui presentes descortinam um passado histórico rico em conhecimento e resistência.
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