Segundo assessores, Lula considera Múcio peça-chave na construção de uma relação harmoniosa entre o Palácio do Planalto e as Forças Armadas. O ministro teria conquistado a confiança do Alto Comando, mesmo em meio à desconfiança histórica dos militares em relação ao PT.
Uma reunião entre Lula e Múcio está agendada para o início de janeiro, na qual o presidente apresentará argumentos para a continuidade do ministro na função. A ideia é mantê-lo pelo menos até que um substituto adequado seja encontrado.
Essa não é a primeira vez que Múcio manifesta desejo de deixar o cargo. No início do governo, houve uma situação similar, mas Lula conseguiu convencê-lo a permanecer na Defesa.
Desta vez, os sinais de desgaste parecem mais evidentes. Assessores apontam que o ministro tem demonstrado cansaço crescente, o que reforça as especulações sobre sua saída.
Apesar disso, Lula tem reiterado que não pretende nomear ministros apenas para ocuparem cargos temporários ou que planejem se candidatar nas eleições de 2026, mantendo foco na estabilidade ministerial.
A permanência de Múcio é vista como estratégica para evitar tensões com os militares, especialmente em um momento delicado de transição política e reconstrução de laços institucionais.
A insistência de Lula em manter José Múcio na Defesa reflete a dificuldade em equilibrar a relação com as Forças Armadas. No entanto, a pressão interna por mudanças na pasta pode trazer novos desafios ao governo.