A deputada Bia Kicis, do PL-DF, se manifestou neste sábado, 14 de dezembro, com fortes críticas ao que classificou como uma perseguição implacável ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em declarações contundentes, Kicis afirmou que não há qualquer evidência concreta de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e que o objetivo final é prender Bolsonaro a qualquer custo, ainda que isso implique em violar a Constituição e o devido processo legal. Suas declarações surgem em meio à crescente pressão sobre aliados do ex-presidente, intensificada pela prisão recente do general da reserva Walter Braga Netto.
Ao comentar o relatório da Polícia Federal, que possui mais de 800 páginas e aborda supostos movimentos antidemocráticos, Kicis não poupou críticas. Segundo ela, o conteúdo do documento é repleto de conjecturas e suposições, sem apresentar provas concretas que sustentem as acusações. A deputada mencionou que advogados e especialistas que tiveram acesso ao relatório destacaram a falta de substância das alegações, classificando-o como “fantasias” e “narrativas” criadas para justificar ações de repressão contra Bolsonaro e seus aliados.
Para Kicis, se houvesse de fato uma intenção de golpe, isso teria acontecido enquanto Bolsonaro ainda estava no cargo de presidente, período em que ele exercia o comando supremo das Forças Armadas. No entanto, ela ressaltou que nenhum movimento nesse sentido foi registrado. Além disso, a deputada destacou que Bolsonaro sequer estava no Brasil durante os eventos que agora são usados como base para as investigações, reforçando seu argumento de que as acusações não passam de alucinações criadas para perseguir o ex-presidente.
A prisão de Braga Netto, ocorrida em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, foi citada por Kicis como mais uma evidência de que o “sistema” está disposto a qualquer coisa para atingir Bolsonaro. Ela acredita que a detenção do general representa uma tentativa de fortalecer a narrativa de que houve conspiração antidemocrática, mesmo sem provas concretas. Para Kicis, esse tipo de ação demonstra que o objetivo principal é construir justificativas para prender Bolsonaro, mesmo que isso signifique atropelar direitos e garantias fundamentais.
O discurso da deputada reflete o sentimento de grande parte da base bolsonarista, que vê nas recentes movimentações jurídicas uma estratégia de intimidação e silenciamento de opositores ao atual governo. A crescente polarização política no Brasil tem gerado um ambiente de tensão, no qual figuras como Bolsonaro e seus aliados se tornam alvos frequentes de investigações e acusações. Para Kicis, isso não se trata apenas de um ataque pessoal contra o ex-presidente, mas de um movimento mais amplo que visa desestruturar a oposição e consolidar o poder daqueles que hoje comandam o país.
As declarações da deputada repercutiram amplamente nas redes sociais, dividindo opiniões entre apoiadores e críticos de Bolsonaro. Enquanto seus aliados compartilham a indignação de Kicis e apontam para um suposto abuso de autoridade, opositores defendem que as investigações são legítimas e necessárias para esclarecer fatos graves que ameaçaram a democracia. A hashtag #QueremPrenderBolsonaro, impulsionada por apoiadores do ex-presidente, rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados do dia, refletindo a polarização do debate público.
Para especialistas em direito constitucional, as acusações de Kicis sobre violações ao devido processo legal merecem atenção, especialmente diante das complexas investigações em curso. No entanto, outros analistas apontam que é preciso aguardar o desenrolar dos processos para avaliar se há de fato fundamentos sólidos para as denúncias ou se elas são parte de uma narrativa política. A questão central, segundo eles, é garantir que as ações judiciais sejam conduzidas com imparcialidade e respeito às garantias constitucionais.
O ambiente de instabilidade política que envolve o caso de Bolsonaro e seus aliados traz implicações significativas para o cenário nacional. Por um lado, a oposição bolsonarista busca mobilizar sua base com discursos que denunciam supostos abusos e perseguições, enquanto o governo atual tenta consolidar sua narrativa de defesa da democracia. Esse embate promete se intensificar nos próximos meses, especialmente com a proximidade de julgamentos que podem definir o futuro político do ex-presidente.
A postura de Kicis deixa claro que a base bolsonarista não pretende recuar diante das recentes adversidades. Para ela e seus colegas, a luta é por mais do que a liberdade de Bolsonaro: é pela preservação dos valores e princípios que eles acreditam estar sob ataque. Enquanto isso, o Brasil segue dividido, com uma sociedade cada vez mais polarizada e um cenário político marcado por incertezas e disputas intensas.