O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou críticas ao documento final da Cúpula do G20 durante uma reunião com congressistas de países da América Latina. Entre os parlamentares brasileiros presentes no encontro estavam Sérgio Moro, Damares Alves, Magno Malta e Paulo Bilynskyj.
O senador brasileiro Sérgio Moro, integrante do partido União Brasil, fez uma declaração pública nas redes sociais onde expressou apoio à Ucrânia. A afirmação veio acompanhada de uma foto com Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, divulgada nesta sexta (29/11). Moro destacou que sua visita ao país tinha como objetivo expressar a contrariedade à “guerra de agressão” liderada pela Rússia.
Diante dessa postura, Sérgio Moro afirmou que a posição do atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não representa o sentimento de apoio que a população brasileira possui em relação à Ucrânia. Enquanto isso, o presidente Lula é conhecido por seu posicionamento diplomático contrário à escalada de conflitos armados, buscando soluções mais pacíficas para a disputa.
Viemos, a delegação brasileira, à Ucrânia dizer, com clareza solar, que a população brasileira apoia a sua causa e que é contra a guerra de agressão promovida pela Rússia. A Ucrânia, hoje, luta por sua soberania e pelo mundo livre. A posição de Lula não nos representa. pic.twitter.com/fUIo1sft16— Sergio Moro (@SF_Moro) November 29, 2024
Como foi a participação na Conferência Internacional?
A viagem de Sérgio Moro à capital ucraniana, Kiev, foi motivada pela sua participação na conferência denominada “Ucrânia e os Países da América Latina e do Caribe: Cooperação para o Futuro”. O evento, que acontece entre 29 de novembro e 1º de dezembro, contou também com a presença de outros parlamentares brasileiros, como os senadores Magno Malta e Damares Alves e o deputado federal Paulo Bilynskyj.
Durante a conferência, temas relacionados à cooperação futura entre a Ucrânia e os países da América Latina e do Caribe foram discutidos, ressaltando a importância do apoio internacional à soberania da Ucrânia frente ao conflito em curso com a Rússia. Sérgio Moro aproveitou a oportunidade para afirmar o apoio da delegação brasileira à causa ucraniana, em contraste com as ações diplomáticas mais neutras defendidas pelo governo brasileiro.
Como está o posicionamento brasileiro sobre Zelensky no conflito?
Volodymyr Zelensky / Créditos: depositphotos.com / Wlad_Mus
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva mantém uma abordagem diplomática voltada à pacificação do conflito entre Rússia e Ucrânia. Em diversas ocasiões, o presidente brasileiro já manifestou contrariedade ao uso de medidas militares como solução. Essa postura levou a alguns embates verbais com Zelensky, em especial sobre propostas de paz sugeridas pelo Brasil e outros países como a China.
Zelensky, em setembro, criticou abertamente a proposta de pacificação do governo brasileiro, demonstrando uma divergência de opiniões sobre como abordar o conflito de forma eficaz e justa. A diferença entre as visões de Moro e Lula destaca uma certa divisão política interna no Brasil em relação à política externa e apoio a causas internacionais.
“Sei que o povo do Brasil está ao nosso lado”, diz Zelensky em encontro com parlamentares brasileiros.Presidente da Ucrânia criticou texto final da Cúpula do G20 em reunião com congressistas de países da América Latina.Sérgio Moro, Damares Alves, Magno Malta e Paulo Bilynskyj… pic.twitter.com/EKwptFOTcL— Metrópoles (@Metropoles) November 29, 2024
Quais os impactos da delegação na política internacional?
A presença da delegação brasileira na Ucrânia reflete o interesse do país em manter canais de diálogo e fortalecer laços com nações em conflito. Essa iniciativa de parlamentares como Sérgio Moro sinaliza ao cenário internacional a diversidade de opiniões e apoios que existem dentro da política brasileira, interferindo positivamente na questão de soberania e livre determinação dos povos em conflito.
Embora o presidente Lula siga uma linha diplomática cautelosa, a posição de apoio mais contundente dos parlamentares destaca a complexidade das decisões de política externa no Brasil, que devem balancear interesses diversos e complexos. Esse diálogo multilateral e a expressão de apoio internacional são fundamentais para promover a cooperação e compreensão global perante conflitos sensíveis.