As contas do governo central apresentaram um déficit primário de R$ 5,3 bilhões em setembro de 2024, conforme dados divulgados nesta terça-feira (7/11) pelo Tesouro Nacional. Esse valor, que representa um saldo negativo entre receitas e despesas sem incluir os juros, contrasta com o superávit de R$ 11,6 bilhões registrado em setembro do ano anterior, em termos nominais.
De acordo com o Tesouro Nacional, o atraso na divulgação dos dados, que usualmente ocorre em outubro, foi causado pela paralisação dos servidores da instituição. A divulgação incluiu apenas um sumário executivo, sem detalhamentos mais aprofundados sobre os números.
O balanço agregado de setembro mostrou um superávit de R$ 20,9 bilhões nas contas do Tesouro Nacional e do Banco Central. Já a Previdência Social (RGPS) continuou a pressionar as contas públicas com um déficit de R$ 26,2 bilhões.
Quando comparado ao mesmo mês de 2023, o déficit de setembro de 2024 foi impulsionado por uma queda de 8,5% na receita líquida, que corresponde a uma redução de R$ 15,1 bilhões, além de um crescimento de 1,4% (R$ 2,3 bilhões) nas despesas totais.
No acumulado do ano até setembro, o governo central apresentou um déficit primário de R$ 105,2 bilhões, acima do déficit de R$ 94,3 bilhões registrado no mesmo período de 2023. Este resultado foi composto por um superávit de R$ 160,6 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central, compensado por um déficit de R$ 265,8 bilhões na Previdência Social.
O governo federal trabalha com a meta de alcançar o déficit fiscal zero em 2024, promovendo um equilíbrio nas contas públicas. A previsão é que, nos anos seguintes, o país avance gradualmente até alcançar um superávit primário de 1% do PIB em 2028. As projeções indicam que, para 2025, a meta é zerar o déficit, seguido de um superávit de 0,25% do PIB (R$ 33,1 bilhões) em 2026, 0,50% (R$ 70,7 bilhões) em 2027 e 1% (R$ 150,7 bilhões) em 2028.
A busca pelo equilíbrio fiscal é vista como essencial para assegurar a sustentabilidade das contas públicas e fortalecer a confiança de investidores no país, diante de um cenário de incertezas econômicas globais.