Um grupo de parlamentares da ala bolsonarista do PL entregou na manhã desta quarta (30) ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara, uma lista de pautas consideradas prioritárias.
Com três páginas, o documento lista, entre as pautas, o PL que dá anistia aos condenados do 8 de janeiro e a PEC (proposta de emenda à Constituição) das Drogas. De acordo com relatos de dois participantes, o grupo também disse ao líder do Republicanos que é preciso que, caso eleito, ele respeita as chamadas prerrogativas parlamentares.
“O andamento da anistia isso vai se dar por si só, mas o deputado Hugo Motta entende que a criação da comissão traz mais transparência, mais amplitude ao debate e vai ser importante para que essa pauta avance. Isso já vai acontecer”, diz o líder do partido na Casa, Altineu Côrtes (RJ).
Leia também
A bancada do PL se reúne nesta tarde com o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, para tratar da sucessão de Lira. De acordo com Côrtes, há “muita chance de formar maioria” em torno da candidatura de Motta nesse encontro e de o PL anunciar essa decisão publicamente ainda hoje.
“Acredito que a decisão possa sair hoje. Entendo que há maioria por apoiar a candidatura de Hugo Motta, mas a reunião será decisiva.”
O projeto de lei da anistia tem sido lembrado nas negociações pela sucessão de Lira. De um lado, o PL de Jair Bolsonaro quer a aprovação do texto. De outro, o PT de Lula é contra. Motta tem trabalhado para ter o apoio dos dois partidos e, por isso, tem evitado tratar publicamente do tema.
Numa tentativa de afastar esse debate da eleição da Mesa Diretora, Lira retirou o projeto da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, onde ele seria votado nesta semana, e criou uma comissão especial para analisar o tema.
Côrtes diz que o partido já está debatendo quais integrantes irá indicar para compor o colegiado. Ele avalia que ainda neste ano isso pode ser levado ao plenário da Casa e que fará “de tudo para que isso caminhe de forma célere”.
O líder do PL também foi questionado se os parlamentares perguntaram a Motta se ele é a favor ou contra o projeto de lei da anistia. “Não houve essa pergunta. Mas acredito que ele é a favor”, disse.
Ao lançar sua candidatura, nesta terça, Motta afirmou que não assumiu compromisso contra projeto de lei, defendeu a criação da comissão especial e citou “injustiças” cometidas eventualmente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) com penas elevadas aos envolvidos nos ataques golpistas.