A jornalista Patrícia Lélis, 30 anos, usou as rede sociais para denunciar um suposto calote por parte da estilista Juliana Santos, conhecida como a “fada madrinha” dos vestidos de noiva. Lélis teria encomendado uma peça com a profissional, no valor de R$ 750, e não teria recebido o produto. Além disso, haveria, ainda, R$ 800 referentes a um empréstimo concedido por ela, para que Juliana pagasse custas de processos judiciais anteriores.
Como o vestido encomendado não foi entregue, Patrícia conseguiu reaver o dinheiro, após expor o suposto calote na internet. A quantia referente ao empréstimo teria sido transferida para o marido da estilista, porque as contas bancárias dela estariam bloqueadas. Outro tópico na polêmica seria um orçamento para uma peça que não chegou a ser feita.
“Não tenho o menor interesse de sair aqui como uma coitada. Até mesmo porque eu sei que você não vai me pagar. Mas só para te falar: eu quero que você me pague. Só por uma questão de caráter. Você tem que me devolver o dinheiro”, afirma Patrícia em uma das postagens.
Procurada pelo Metrópoles, a estilista contou que todos os valores foram pagos à jornalista, e que não haveria calote algum. Segundo a profissional, o problema surgiu após ela ter se negado a fazer um projeto para a jornalista, alegando que não queria ver “nenhuma criação com uma procurada pelo FBI” nos Estados Unidos.
“Ela só ficou nervosa, porque me neguei a fazer essa peça para ela ganhar mídia depois da mesma usufruir do meu tempo por dias para fazer uma criação do seu ‘vestido de noiva’. Pesquisei material e muito mais, para no final não fechar [o negócio], e por causa disso eu me neguei a fazer”, relata Juliana Santos.
A estilista afirma que Patrícia Lélis, mesmo após ter o valor devolvido, seguiu fazendo postagens falando das supostas dívidas. Além disso, a profissional da moda sugere que, na verdade, ela que teria sofrido um calote por parte da jornalista.
A reportagem tenta contato com Patrícia, mas não houve retorno até o fechamento deste texto.
Quem é Patrícia LélisA jornalista Patrícia Lélis é acusada por fraudes financeiras avaliadas em US$ 700 mil nos Estados Unidos, o que equivale a mais de R$ 3,4 milhões. A brasiliense chegou a ser considerada foragida do FBI (Federal Bureau of Investigation).
A vida da jovem brasiliense é repleta de polêmicas. Ela já foi acusada e investigada por outros delitos no Brasil, que vão de denunciação caluniosa a extorsão, passando por calote.
Patrícia ficou nacionalmente conhecida em 2016, após acusar – sem provas – o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) de tentativa de estupro. Além disso, ela denunciou um assessor de Feliciano de sequestro e cárcere privado.
Patrícia, no entanto, acabou indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por denunciação caluniosa e extorsão, e foi ainda acusada pelo delegado Luiz Roberto Hellmeister, titular do 3º Distrito Policial (DP), de ser “mentirosa compulsiva” e “mitômana”.
O juiz responsável pelo caso envolvendo o deputado arquivou o inquérito “por não vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal”.
Ela também afirmou que teria namorado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o acusou de tê-la ameaçado após o término da relação.
Nas eleições de 2018, ela se candidatou a uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não foi eleita. Depois, um grupo de funcionários que trabalhou na campanha a acusou de calote.
Fraude nos EUANos Estados Unidos, a jovem é procurada pela polícia federal norte-americana após acusação de fraude contra imigrantes.
Em um comunicado divulgado em 12 de janeiro, a Justiça dos EUA informou que a brasileira se passou por advogada especializada em imigração e aplicou golpe em clientes. Os valores chegariam a US$ 700 mil — R$ 3,4 milhões.
A acusação afirma que Lélis vive em Arlington, nos Estados Unidos, e prometia ajudar clientes estrangeiros a obter visto permanente no país. A mulher teria cobrado US$ 270 mil — R$ 1,32 milhão — pelo serviço a uma vítima.
No entanto, segundo a acusação, Patrícia movimentou o dinheiro para sua conta bancária pessoal e usou o montante para reformar o banheiro de casa e quitar dívidas do cartão de crédito.
Lélis é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Se for condenada, pode pegar até 20 anos de prisão.
Patrícia se considera uma “exilada política”. “Meu suposto crime: não aceitei que me fizessem de bode espiatório contra aqueles que considero como meus irmãos por cultural e principalmente por lado politico e sim, ‘roubei’ todas as provas que puder para mostrar o meu lado da historia e garantir minha segurança (sic)”, afirmou.